Município de Bom Jesus da Lapa tem  quase 1 mil  pessoas vivendo em áreas de risco, aponta SGB

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O número de pessoas que vivem em áreas de risco aumentou no município de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, entre 2015 e 2023. É o que revela um novo mapeamento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) e publicado em setembro. De acordo com o relatório, em agosto aproximadamente 970 pessoas viviam em setores com potencial de sofrer danos. No mapeamento anterior, eram em torno de 640 pessoas em moradias de risco. O documento completo está disponível aqui.

Conforme o levantamento, o número de áreas de risco manteve-se inalterado, em três, sendo que dois locais já tinham sido mapeados em 2015: o Santuário do Bom Jesus, no Centro (devido ao risco de deslizamentos), e a Ilha da Canabrava. A Ilha chegou a ter a classificação alterada, de risco “alto” para “muito alto”, em decorrência do aumento da frequência das inundações ao longo dos últimos anos.

Além disso, houve a identificação de uma nova área de risco de inundação no município, no povoado de Baião. Essa localidade foi identificada como sendo de alto risco para inundação.

A identificação de novas áreas também está relacionada à evolução metodológica. O uso de novas tecnologias ao longo dos últimos anos tem induzido a produção de mapeamentos mais precisos, fato ocasionalmente comprovado pelo aumento do número de áreas de risco geológico identificadas nos trabalhos mais recentes.

Políticas públicas e prevenção de desastres

No relatório, o SGB apresenta sugestões de medidas que podem ser adotadas para evitar ou reduzir os impactos de eventos geológicos. A primeira delas é avaliar a possibilidade de remoção ou realocação temporária, para locais seguros, dos moradores que se encontram nas áreas de risco, durante o período de chuvas. O SGB também recomenda a estruturação da defesa civil municipal.

As informações apresentadas podem ainda auxiliar na definição de critérios para disponibilização de recursos públicos destinados ao financiamento de obras preventivas e de resposta a desastres. Além disso, dão apoio às políticas públicas habitacionais e de saneamento, sendo, portanto, um importante instrumento para promover o desenvolvimento regional.

A atuação do SGB está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial aos ODSs 1, 2, 9, 11, 12 e 13, que tratam de: erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; indústria, inovação e infraestrutura; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima.