De autoria do Vereador Neto Magalhães(DEM), o requerimento que solicita do Superintendente do Incra 5 mil cestas básicas para serem doadas as famílias em situação de vulnerabilidade dos quilombos e assentamentos de Bom Jesus da Lapa que enfrentam dificuldades provocadas pela falta de chuvas e a consequente escassez de alimentos, causou muita polêmica durante a sessão da Câmara de Vereadores na manhã desta terça-feira(24).
Justificando o pedido, o vereador Neto disse que esteve recentemente em uma comunidade, e solicitou uma ação para ajudar as famílias. “Todos nós sabemos que os últimos anos foram uns anos muito difíceis com a seca, e só o homem do campo sabe o sofrimento que vem enfrentado. Planta mas não dá. A chuva cada dia que passa está sendo menor, e eu vim aqui hoje, pedir ao INCRA que nos ajude nessa questão”, falou.
O vereador Eduardinho Filho(PR) parabenizou o colega pelo requerimento, destacando que as comunidades quilombolas tem sofrido com a falta de chuva, no entanto falou que “a solicitação não seria atendida, pois o benefício já existia, e depois que o governo do presidente Michel Temer entrou cortou tudo.”
“As regiões quilombolas, os assentados da Fundação Palmares que são os quilombolas eles sempre tiveram políticas públicas diferenciadas, e essas cestas básicas sempre vieram, independente de vereador a, b ou c, sempre vieram até com o nome de fomento. Então, a gente precisa fazer política com seriedade, sem brincar, porque essas feiras sempre vieram, principalmente nesse período da estiagem”, disse a vereadora Rita Ribeiro (PSD).
No uso da fala o vereador Leo de Lió (PTN) falou que “o requerimento era uma proposta muito boa, no entanto ele não via transparência na solicitação, e que o INCRA já atende esse público que vive em vulnerabilidade social.”
O vereador Romeu Thessing(PCdoB) na primeira colocação se absteve de votar. “Nós não podemos brincar nas vésperas das eleições de um governo corrupto de deputados, que tomara que vossa excelência [Neto Magalhães] não esteja representando , que já foi prefeito dessa terra, que tira o leite, o pão diariamente, os direitos trabalhistas. Tomara que esse senhor não esteja anexado a esse requerimento”, falou.
Depois da fala do Vereador Romilson (PSC) que chamou a atenção para a situação de emergência que já vai para mais de 90 dias. “A politicagem a gente sabe que existe vereador Romeu, a sua consciência colocou para o senhor votar, para se abster do voto, Leo também colocou um não, mais a minha consciência, o que fala sobre caridade me remete nesse momento a votar a favor”, refletiu.
Depois da fala do vereador irmão Romilson o vereador Romeu voltou atrás e disse que iria volta sim depois da fala do colega que “tocou a sua consciência”.
Neto finalizou dizendo que quando fez o requerimento “foi seguindo uma queixa do povo dos assentamentos”, destacando que é um reforço, pois só cada um que vive nessa realidade de necessidade sabe das dificuldades. “E quando eu pedi ao INCRA eu pedi pensando nas pessoas que estão precisando, e eu acho que tem muito vereador aqui que está sendo mesquinho, porque eu não estou pedindo cesta básica para mim”, finalizou.
Reflexões e justificativas feitas e, depois de muito debate, o requerimento foi aprovado, com um voto contra do vereador Léo de Lió.