A equipe pedagógica da Escola Promove de Bom Jesus da Lapa, pensando nos desafios das escolhas para a formação profissional dos alunos do Ensino Médio da instituição, iniciou no mês de fevereiro deste ano, o projeto “Orientação Profissional”, visando compreender e conhecer as principais razões desta indecisão dos alunos no momento da escolha de sua futura profissão e de que forma colaborar no auxílio desta escolha.
Uma das primeiras grandes decisões que o jovem precisa fazer ao adentrar a vida adulta, a escolha profissional, costuma ser um momento angustiante por suscitar diversas dúvidas. Seguir uma carreira rentável ou aquela que trará maior realização pessoal? Escolher uma ocupação consolidada e valorizada pelo mercado de trabalho ou arriscar-se em um ramo que ainda engatinha?
A ansiedade é maior durante o final do Ensino Médio, quando é preciso inscrever-se e passar no vestibular. Se alguns estudantes se mostram maduros para realizar a escolha, outros precisam de auxílio nesse processo.
A exemplo de Samuel Teixeira da Silva que está no último ano do ensino médio e sonha fazer Engenharia Civil. “Sempre que eu passava na frente de um grande prédio, ficava imaginado, querendo saber como foi feito para chegar à aquela estrutura. E isso já começou a despertar em mim o desejo de ser um grande engenheiro civil. Quero poder ver algo que eu projetei”, declara.
Ele frisa, que sempre gostou de cálculo, e essa aptidão já vem da família, o que agregou ao seu objetivo de seguir a profissão. E que o projeto desenvolvido pela escola, com a psicóloga Valéria, contribuiu para deixá-lo mais seguro. “Até o ano passado, que a gente não tinha essa orientação, eu ficava meio inseguro e com bastante medo. E com esse projeto, começou a tirar o meu medo, para transformar em uma luz no fim do túnel. Porque a gente pode conversar, receber o apoio que precisamos. Por exemplo, depois do último encontro que tivemos com vários profissionais, despertou outras possibilidades em mim, que posso ir além, para expandir a minha área de atuação”, disse Samuel.
Pelo posicionamento firme do estudante, percebe-se que ele não só definiu a profissão que vai seguir, como também tem consciência de suas escolhas.
Já estudante Elen Eduardo Votorantim não tem a mesma certeza. Pensa em fazer algo que ajude as pessoas, e que ofereça condições para contribuir na área social. Para ela o que mais aproxima desse ideal é o curso de medicina, no entanto, se preocupa se vai se sentir realizada profissionalmente, e ficar na mesmice. “Desde quando me conheço, sempre quis fazer trabalhos voluntários, só que para isso eu preciso ter uma profissão, que me ofereça condições financeiras. A profissão que eu acredito que mais chega perto, é a medicina, mais não sei se é isso que eu quero para mim de verdade”, disse.
Ela destaca, que depois que a escola apresentou o projeto na sala de aula, abriu um leque de possibilidades. “Quando os profissionais falaram no encontro com a turma, sobres suas profissões, parece que estava falando para mim. Mesmo alguns mostrando a importância de suas áreas, e me deixando encantada, vi que não tinha aptidão para aquelas escolhas. E vir que preciso de um foco, preciso ir para o vestibular com uma certeza, mesmo não sendo cobrada pelos meus pais. Acho que vou fazer o vestibular para medicina mesmo”, afirma.
Elen finaliza, frisando a importância de algumas ações dos professores em sala de aula, que para ela precisam ajudar os alunos perder o medo mostrar a força e a capacidade que cada um tem. “Se o professor nos assusta, que o mundo é uma competição, que temos que vencer, nos assusta. Me enche de esperança quando nossos professores tiram o melhor que temos, que me faz acreditar que sou capaz, desde que seja o que eu acredito e desejo. Por isso, acho esse projeto tão importante para nós do 3º ano. Temos a oportunidade de falar dos nossos medos”, lembrou.
Responsável pelo projeto de orientação profissional, a psicóloga Maria Valéria Bastos Arreguy, afirma que a proposta tem como eixo central questões que envolvem o autoconhecimento. “É a partir desta perspectiva que todo trabalho está sendo direcionado. Os alunos refletem sobre diversas situações que apresentam no decorrer dos encontros, percebendo a necessidade de exercitar a mente, compreendendo que a decisão é deles, envolvendo-se nas descobertas sobre cada assunto abordado”, destaca.
O projeto foi dividido em 5 etapas. As duas primeiras etapas foram realizadas no início de fevereiro, onde foram trabalhados nos encontros, conceitos, pesquisas, testes de autoconhecimento e habilidades. A terceira etapa, foi uma visita ao Campus do IFBaiano de Bom Jesus da Lapa – lugar em que os estudantes do 3º ano da Escola Promove tiveram a oportunidade de conhecer, assistir vídeos e palestras sobre a Instituição. Além de ter acesso aos laboratórios, os alunos puderam conhecer professores e ter informações sobre os cursos oferecidos pela instituição.
Já na quarta etapa, realizada no dia 22 de março, a Escola Promove organizou uma mesa redonda, onde vários profissionais, de áreas diversas, foram convidados para conversar com os alunos sobre o cotidiano profissional e tirar dúvidas sobre as suas profissões.
O projeto “Orientação Profissional” está em andamento. A quinta e última etapa acontecerá no dia 06 de abril, com a presença dos alunos, professores, coordenadores e direção, para “participarem do grupo terapêutico, com vivências, motivações e interesses, fortalecimento emocional, sentimento de ajuda, troca de informações, despertando novas ideias e autoconhecimento para o enfrentamento dos possíveis medos e angústias”, segundo a psicóloga.
A ideia é que no decorrer dessas etapas, os alunos tenham um melhor preparo no processo da escolha de uma profissão.
Vejas mais fotos de algumas ações do Projeto: