Via SGB
O Brasil, rico em recursos minerais, destaca-se na mineração, sendo a cartografia geológica uma ferramenta crucial para orientar o desenvolvimento desse setor. Esses mapas não só direcionam descobertas minerais, mas também guiam a gestão de recursos hídricos, territoriais e a identificação de áreas de risco.
Nesse contexto e com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico brasileiro e ampliar o conhecimento geológico, o Serviço Geológico do Brasil (SGB), por meio da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM), divulga a Carta Geológica: Folha Bom Jesus da Lapa, na Bahia, disponível aqui.
As cartas geológicas são documentos técnicos que representam informações por meio de cores e símbolos e abrangem detalhes como tipo, idade e localização de formações geológicas, localização dos depósitos e ocorrências minerais em superfície, inclinação e direção das estruturas das rochas e informações sobre a deformação das rochas.
Na área se destacam ocorrências de cobre, que foram objeto de estudo da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), e também potencialidade para ferro, uma vez que ocorrem formações ferríferas bandadas, mas que não se mostraram suficientes para seguimento da pesquisa.
O pesquisador em geociências do SGB Michel Macedo Meira realizou um mestrado, sob orientação da Prof. Dra. Simone Cruz, na Universidade Federal da Bahia. O trabalho, dentro da área da folha, com dados geocronológicos, visou ampliar o conhecimento tectônico da região.
Michel também comentou que o local apresentou um grande potencial para Rochas Ornamentais, principalmente pelos Sienitos e Granitoides, da chamada Suíte Guanambi. Na área ocorre o chamado “Corpo Cara Suja”, no qual por muito tempo explorou-se o Sienito para esse fim. A rocha retirada tem o nome comercial de “Café Bahia” (nome bastante difundido e conhecido no estado).
Além disso, outras diversas pedreiras foram visitadas na região, porém todas estão inativas atualmente. Mas uma pedreira para rocha ornamental em atividade foi descrita nos calcários do Grupo Bambuí, na região oeste da folha.
A pesquisa permite ao país conhecer e selecionar áreas potencialmente mineralizadas e, assim, elaborar um plano de pesquisa eficaz, de forma a aplicar as técnicas mais eficientes de exploração mineral, de acordo com as informações disponíveis.
Essas medidas ajudam a:
• aproveitar melhor as áreas;
• diminuir custos de exploração;
• aumentar a segurança no negócio;
• diminuir impactos ambientais;
• permitir ao poder público um melhor planejamento do uso do solo;
• gerar novos investimentos e empregos, de forma direta e indireta.
Além disso, a publicação visa subsidiar o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas e o ensino em geociências.
Outro propósito do mapeamento é fornecer subsídios geológicos que contribuam para o entendimento e avanço da pesquisa mineral, dos recursos hídricos e da gestão territorial, bem como de demais atividades aplicadas ao interesse social.
Essas publicações colaboram com a sustentabilidade e preservação do meio ambiente, por serem importantes para determinar a melhor localização para depósitos de lixo, aterros sanitários, locais para estações de tratamento de águas residuais de indústrias, entre outras finalidades.