BA – 160:  moradores das comunidades quilombolas sofrem  com atolamentos  para chegar a cidade de Bom Jesus da Lapa

As chuvas são para o sertanejo, o quilombola, o homem e mulher rural, sinônimo de esperança e alegria. Com as águas vindas do céu, o verde floresce, os reservatórios são abastecidos e a produção agrícola é mais farta. Costuma ser assim.

Diferente desta descrição, estão os moradores das comunidades às margens da BA-160 em Bom Jesus da Lapa. Por lá quando chove, a rodovia estadual fica interditada e, como já é de se imaginar, provoca nas famílias daquela região uma profunda indignação e sentimento de impotência e descaso. O direito de ir e vir fica cerceado por uma ingerência histórica de governadores que simplesmente abandonaram este trecho.

A principal via de acesso para  19 comunidades, de maioria quilombola,  que esperavam o asfaltamento  da estrada por parte do Governo da Bahia. Infelizmente, mais uma vez o ano está terminando, e a situação parece ser pior que os anos anteriores, com a chegada das primeiras chuvas. Situação relatada por moradores de várias localidades  quilombolas e assentamento da Batalha  que viajaram nesta sexta-feira(20) para a cidade de Bom Jesus da Lapa e passaram por várias dificuldades no percurso, sendo obrigados a retornarem para suas casas sem conseguir chegar ao destino final.

Em  função da grande quantidade de lama na BA 160, especialmente nos trechos que a empresa contratada pelo Governo do Estado  começou fazer o serviço de terraplanagem para a realização do  cascalhamento primário da via,   nenhum ônibus que faz linha para essa região, além dos veículos pequenos, não  conseguiram passar. A situação também impede que os serviços de saúde cheguem até os moradores, já que a via está intrafegável.

No último mês o  Governo do Estado, através da empresa Caiapó,  finalizou as obras de  recuperação do trecho da  BA-160 que liga  a cidade de Bom Jesus da Lapa e Ibotirama, passando por Paratinga. Já  o trecho de Bom Jesus da Lapa a Malhada, que o asfalto acabou por falta de manutenção, ficou fora do processo, e em função das cobranças,  liberou apenas um recurso emergencial para intervenção com cascalho na via, para assegurar a trafegabilidade na região.

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