BA-160: Autoridades e Movimentos Populares de Bom Jesus da Lapa região preparam ações para cobrar do Governador Rui Costa promessa de recuperação da via

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A situação crítica da BA 160 tem sido um problema frequente na vida de milhares de pessoas   que precisam usar essa via diariamente. Os relatos são de que muitas pessoas já  perderam familiares, amigos ou conhecidos no trajeto da estrada.  Em Bom Jesus da Lapa, município localizado na região do oeste do Estado, moradores de 19 comunidades, várias delas Quilombolas, convivem com essa situação há mais de quinze anos.

Aguardando o asfaltamento, a estrada voltou a ser tema de debate em uma reunião realizada na noite desta quinta-feira(16), na sede do Consórcio Velho Chico, em Bom Jesus da Lapa. O encontro é considerado histórico pelas representações, e pode configurar um novo marco no fortalecimento da luta pela recuperação da BA-160.

Durante a reunião foi construída uma pauta de ações, que contou  com a participação representantes dos movimentos sociais, sindicatos, associações quilombolas, acampamentos e assentamentos, Colônia dos Pescadores, CETA – Movimento de Trabalhadores Rurais Assentados e Acampados da Bahia, Escola Família Agrícola do Sertão do São Francisco, Comissão da BA 160,  CONAQ (Conselho Nacional Quilombola),  CRQ (Central Regional Quilombola),  Quilombos de Malhada, Paratinga e Bom Jesus da Lapa, representantes de transportes alternativos. Além da presença da Dra. Cláudia Costa de Jesus Conrado,  da Defensoria Pública do Estado, do prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro, do presidente do Consórcio Velho Chico, Ítalo Rodrigo, o presidente da Câmara de  Vereadores de Bom Jesus da Lapa, Miguel Leles, do  presidente da Câmara de  Vereadores de Paratinga, Aristóteles Gomes(Toge)  e do  Padre Marcos da Silva, representando a Igreja Católica, que convocou o encontro.

Durante as falas as representações refletiram sobre a situação da BA-160, seus impactos na vida da população e sobre o “silêncio” do Governo do Estado da Bahia, e  traçaram um plano de possíveis articulações e manifestos para denunciar essa realidade, como: campanhas e ações na região que contarão com o apoio tanto da população como do poder público local.

No manifesto assinado pelas representações destaca que a rodovia estadual BA 160, que atravessa nessa região as cidades de Ibotirama, Paratinga, Bom Jesus da Lapa e Malhada é muito antiga,  e que em  meio a essa população existe  a “presença de comunidades tradicionais, assentamentos e quilombolas, grupos historicamente privados de inúmeros direitos e que ainda precisam lidar com essa chaga que revela o descaso e a indiferença do Governo do Estado com esses cidadãos”.

E continua: “Queremos manifestar e mais uma vez tornar pública a indignação com as condições precárias e desumanas desta estrada. A exigência é por diálogo e pela recuperação total da BA-160 no trecho de Ibotirama a Malhada- BA. Continuaremos na busca dos direitos violados, utilizando de meios pacíficos e organizados para sermos escutados pelo atual Governador do Estado da Bahia, Exmo. Sr. Rui Costa que por diversas vezes prometeu atender essa reivindicação popular”, afirmam no manifesto.

Ainda de acordo as representações, “todas as tentativas de diálogo foram desrespeitadas pelo Estado, ficando só na promessa, e que as ações em defesa da BA-160 daqui para frente acontecerão com maior intensidade, e com ações integradas entre os municípios de Bom Jesus da Lapa, Ibotirama, Paratinga e Malhada, como bloqueio das vias que dão acesso a BA-160; elaboração de vídeos de denúncia da situação da estrada; e reconfiguração da Comissão da BA-160 com entrada dos membros de Paratinga e Malhada.

O movimento encerra o manifesto afirmando que estão “preparados para o diálogo, mas também para a resistência e luta”.