No dia 25 de fevereiro completa um mês de mais um grave crime cometido pela Vale no Brasil. Por isso, a partir das 7h30 um ato em solidariedade às vítimas da tragédia de Brumadinho e em defesa do Rio São Francisco será realizado na cidade de Bom Jesus da Lapa, saindo da Barrinha até o Santuário do Bom Jesus da Lapa. A iniciativa é do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e foi construído por dezenas de organizações sindicais de trabalhadores, movimentos populares, entidades da sociedade civil e de defesa do meio ambiente, ativistas e simpatizantes das lutas populares.
O crime que matou centenas de pessoas, que destruiu lares, rios e florestas em prol de um modelo de exploração que visa somente o lucro não pode ser impune. Crime este cometido por uma empresa cujos interesses privados prevalecem sobre a vida das pessoas e do meio ambiente.
E dia 25 de fevereiro completa um mês de muita tristeza e indignação; completa um mês em que um dos principais rios do país, o São Francisco – “O Velho Chico” – está sob ameaça de grave contaminação.
Em meio à dor do crime, a solidariedade aos atingidos de Brumadinho é fundamental para que se fortaleçam os laços de afeto, união, justiça social e a compaixão entre as pessoas. Também é importante para que se reafirme a necessidade da construção de uma sociedade mais justa, igualitária, e um pensamento de pertencimento permanente na defesa do Rio São Francisco.
Além de Bom Jesus da Lapa, acontecem mobilizações também, nas cidades de Barra, e o Ato começa a partir das 8h; em Juazeiro, a partir das 8h; e em Salvador, a partir das 10h30. Já em Carinhanha, o ato acontece dia 22, a partir das 7h.
Os atingidos precisam fortalecer sua organização para serem ouvidos e garantir seus direitos. Que o ecoar de dor seja a semente da Luta, a união e a solidariedade por todo o Brasil.
O crime da Vale em Brumadinho
Por volta das 13h30 do dia 25 de janeiro de 2019, em Brumadinho-MG, a cerca de 60 km de Belo Horizonte, três barragens se romperam. Todas elas continham rejeitos da mineração de ferro. Não foi acionado o sistema de sirenes e alertas e a população foi pega de surpresa. Essas barragens possuíam rejeitos da mineração de ferro proveniente da mina Córrego do Feijão. A lama elevou em 18 metros o nível médio de rejeito logo à jusante e destruiu o refeitório e uma unidade administrativa da Vale, restaurantes e a Vila Ferteco, matando centenas de pessoas, e destruindo a fauna e a flora da região. Foram 12,7 milhões de m³ de lama que escorreram da barragem, cuja parte mais espessa alcançou cerca de 10 km. Os rejeitos estão percorrendo o curso do Rio Paraopeba seguindo para o Rio São Francisco.
Até o último domingo (17/02) os dados oficiais divulgados confirmam 169 mortes, e 141 pessoas desaparecidas. Há fortes indícios de que o número de pessoas desaparecidas seja muito maior do que a Vale tem divulgado.
Mais uma vez a história se repete como tragédia. De um lado a Vale S.A, grande mineradora mundial, e do outro o povo brasileiro, buscando juntar corpos enterrados na lama de empresas criminosas.
É importante destacar que a companhia Vale S.A era um estatal brasileira, que nos anos 1990 foi privatizada pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O que vemos atualmente é uma empresa super poderosa que atua para o lucro dos acionistas, mas que não tem qualquer compromisso com a vida humana e o meio ambiente.
Ato Em Solidariedade Aos Atingidos De Brumadinho/MG e em defesa do Rio São Francisco
Data: 25 de fevereiro de 2019 – Segunda-feira
Horário: 7h30
Local: Saindo da Barrinha até o Santuário do Bom Jesus da Lapa