Os problemas provocados pelo uso do álcool e das drogas ilícitas foram destaques na Câmaras de Vereadores de Bom Jesus da Lapa na sessão desta terça-feira (20). Reconhecendo que o tema é polêmico, mas necessário, a vereadora Andreia Luiza dos Santos, ou como é conhecida, Andreia do João Paulo II, apresentou o requerimento nº 011/2018 que solicita uma audiência Pública no dia 4 de abril de 2018 para falar sobre o tema álcool e drogas ilícitas com a participação das autoridades competentes e a sociedade lapense de modo geral.
Foram debatidos pelos edis ações de combater o uso de álcool e drogas na cidade, que precisam ser pensadas, envolvendo poder público e as famílias.
“As vezes as pessoas não gostam de tocar nesse assunto por diversos ferimentos, nós sabemos que a droga e o álcool hoje é um problema muito sério no município de Bom Jesus da Lapa, que não é só mais na sede, nas comunidades rurais que antes não chegava, agora, infelizmente já tem. E o que fazer? O que vamos fazer? Se calar, provocar ou procurar situações para amenizar ou acabar? Não sei, mais eu sei, que não podemos ficar de braços cruzados vendo o que está acontecendo no nosso município, cada dia que passa, quantos jovens, quantas crianças se perdendo por causa da droga? E nós precisamos provocar a sociedade a fazer questionamentos e buscar políticas públicas para acabar com o que vem acontecendo. A gente tem que cobrar, também, o que está sendo feito em todas as instâncias. (…) a gente precisa acordar, perceber que as crianças não querem estudar, ver o quanto aumentou a evasão escolar no nosso município. E alguém já perguntou porque o motivo, qual o foi o problema, o que está acontecendo?”, disse a vereadora.
Ela destacou que os diretores já não sabem o que fazer, depois que as drogas chegaram dentro de escola, e que a Câmara não pode cruzar os braços diante do que vem acontecendo. “A gente precisa discutir esse assunto, e buscar alternativas para os nossos jovens que estão surgindo”, disse Andreia.
O vereador Romeu opinou sobre o tema e disse que o município precisa parar de fazer festas carnavalescas que incentive com as músicas o uso das drogas, e sugeriu incentivar as escolas e abrir centros profissionalizantes, trazer bolsas de estudos e empresas para o município, capazes de oferecerem uma oportunidade para os jovens.
O vereador Irmão Romilson falou, que pelo fato da droga ser licita, ela entra de forma agressiva nas famílias, e destacou: “o maior crime que uma mãe ou pai de família pode fazer hoje, é pegar R$ 10,00 e dá para uma criança comprar uma litrão e uma carteira de cigarro. Temos que fazer essa reflexão (..) O problema não é só do governo do Estado, do prefeito, mais nosso também, que precisamos pensar se não estamos sendo coniventes com isso também”, provocou.
O presidente da Casa, Miguel Leles, disse que o município precisa fortalecer as parcerias, especialmente com o Proed, que atende jovens no município, ajudando a buscar um novo caminho, e destacou a importância de uma audiência pública para debater o tema junto com a comunidade.
O consumo de drogas é um drama recorrente que atinge milhares de famílias em todo o país. Em Bom Jesus da Lapa, também é possível encontrar famílias “devastadas” pelo ciclo vicioso, que não livra crianças, idosos, ninguém. É um desespero total para as famílias. Há aqueles que perderam a vida tão cedo, em função das drogas.
Na casa que alguém morreu prematuramente em função das drogas, os depoimentos são os mesmos. A família sofre não só com as atitudes agressivas da pessoa sob o efeito de drogas ou com os pequenos furtos. Mas também por ver alguém querido deixar sua rotina para viver em função do vício e ser morto de forma violenta. O pior é a sensação de impotência, de não conseguir ajudar a quem ama.
Programas e projetos sociais ajudam a levar informação e até afastar jovens a adultos da criminalidade. O Proed em parceria com o município, por exemplo, debate o assunto nas escolas, forma multiplicadores de informações e agentes de desenvolvimento. Seguimentos religiosos de Bom Jesus da Lapa, também fazem esse tralho, como a Comunidade Terapêutica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, vinculado a Igreja Católica, e A comunidade Terapêutica Vila Nova, vinculado a Igreja Evangélica Batista Missionária.
Nesses espaços as pessoas buscam mudar de vida, tomar um novo rumo. Apesar de ser um processo difícil, há solução.
As autoridades devem lutar pra mudar as leis, estruturar as polícias, melhorar a educação, combater a corrupção nos governos e nas prefeituras, obrigar os prefeitos a investir pesado em infraestrutura e fiscalizar o uso desses recursos, aí sim, vocês vão ver mudanças reais nos jovens e nos municípios, caso contrário, ficamos na mesma.
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