Vivemos em um contexto político onde as promessas não nos garantem a realização dos direitos da população. Muitos anos já se passaram e comunidades quilombolas, assentamentos e comunidades tradicionais de Bom Jesus da Lapa trazem a mesma indignação com a BA 160. O caso já não é mais de uma simples falta de manutenção. É nítido o descaso, os direitos violados e ainda acredito de descriminação pintada com uma tinta barata.
Após lutas e diálogos com representantes do governo a população por meses achou que o pesadelo terminaria e que poderia acreditar no seu governador, mas qual foi o resultado? Uma obra licitada no valor de 826 mil para colocar um cascalho sem qualidade e tentar “enganar” passando máquina. Essa situação tem causado indignação na população em geral. O trabalho das lideranças tem sido de conscientização do povo e articulação para lutar pelos seus direitos. Já não basta o asfaltamento prometido que não tem prazo para ser feito ainda um serviço sem qualidade? E uma placa que informa que a realização da obra será apenas 16km do trecho que contradiz todas as negociações e promessas dos 65km? Muita “brincadeira” com um povo sofrido.
Neste tempo onde a Igreja discuti sobre políticas públicas, ver tão perto essa realidade reforça a necessidade de levar adiante as denúncias e lutas. O povo não descansará até quando puderem trafegar numa BA digna e terem seus direitos básicos garantidos.
As comunidades já estão realizando algumas reuniões para articular uma possível manifestação e expressar a indignação com a forma que a obra está sendo realizada e com as promessas não realizadas no que se refere as promessas feitas.
Lutaremos, manifestaremos e tomaremos cada vez mais consciência dos nossos direitos. Digo nossos, pois como cidadão lapense sou quilombola e essa luta é de todos nós.
Redação do Pe. Marcos da Silva Santos, CSsR, Reitor do Seminário redentorista e vigário da Paróquia São João Batista, em Bom Jesus da Lapa.