Teve início nesta sexta-feira (28) a 326ª edição da Romaria de Bom Jesus da Lapa, a 777 km de Salvador, com o tema: “Com o Bom Jesus e Nossa Senhora defendemos a vida”. Foi a primeira noite da novena preparatória, que teve na abertura uma apresentação feitas pelos jovens, em defesa da vida e dos biomas brasileiros, chamando a atenção dos fiéis para o cuidado, e teve como celebrante o Bispo Diocesano de Bom Jesus da Lapa, Dom João Santos Cardoso. Foi a primeira noite da novena preparatória, que termina dia 5 de agosto, véspera da festa principal do santuário de pedra, que atrai peregrinos de todo o Brasil.
A estimativa dos organizadores é que até o dia 6 de agosto, com diversas missas e procissão, uma média de 600 mil pessoas passem pelo santuário no oeste baiano, que recebe durante o ano todo cerca de 1,8 milhão de romeiros. Isso torna a cidade o terceiro maior ponto de atração do turismo religioso do país, atrás de Aparecida (São Paulo) e Juazeiro do Norte (Ceará).
“Desde quando me entendo por gente eu venho aqui, minha mãe e meu pai nos ensinou e nos mostrou a importância da fé, e nos ensinava sempre a ter devoção ao Bom Jesus, nos ensinando a ajudar o outro, na caridade e no amor aos mais necessitados. Hoje venho só com o meu marido e dois filhos, seguindo o que aprendemos”, disse a agricultora Sandra dos Santos. Ela, que mora na zona rural de Monte Claros, e mantem seus filhos na tradição de fazer pelo menos uma visita por ano ao santuário.
Eu estou aqui desde o dia 25 de julho, vim antes para podê sentir mais o lugar, vim com toda família, estamos em 15 pessoas. Todo ano trago mais um, e quando voltamos os que vieram contam para os outros a beleza do lugar e o quanto foi importante para fortalecer nossa fé. Minha mãe vinha sempre, não sabemos ao certo quantas elas participou, mais foi toda uma vida dedicada ao serviço do Bom Jesus da Lapa, e nossa família vai continuar”, disse dona Ana Pereira, professora da região de Irecê – Ba.
História
O morro de pedra calcária e suas galerias de grutas foram descobertos em 1691 pelo português Francisco de Mendonça Mar, que havia saído a pé de Salvador, pelo sertão, com uma imagem do Jesus crucificado e outra de Nossa Senhora da Soledade, de acordo com os registros históricos do lugar.
Situado na margem do rio São Francisco, o local foi utilizado como moradia pelo português, que abrigava viajantes nas grutas, que desde então passaram a ser referência para os cristãos que habitavam a região do vale do rio São Francisco, que margeia o município.
Economia
Com a chegada de novos moradores, a cidade, que tem no turismo religioso um dos pontos fortes da economia, surgiu no entorno do morro. Outras fontes de renda são o comércio, a fruticultura do perímetro irrigado Formoso, se destacando como o maior produtor de banana do Brasil, a agricultura familiar, e agora com o maior parque solar em atividade do país.