A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União, deflagrou a Operação Ciranda de Pedra, nesta terça-feira (24), contra crimes de desvio de recursos públicos destinados à área da infraestrutura na cidade de Maiquinique nos anos de 2012 a 2017.
Cerca de 60 policiais federais, acompanhados de nove auditores da Controladoria Geral da União, cumprem vinte mandados de busca e apreensão e catorze mandados de intimação nos municípios baianos de Maiquinique, Macarani, Itapetinga, Itamaraju, Teixeira de Freitas, Jequié, Mirante e Vitória da Conquista.
Segundo a PF, a operação é resultado de uma investigação iniciada em 2017 sobre obras inacabadas na pavimentação com bloquete sextavado que deveriam ter sido executadas nas ruas do município de Maiquinique, decorrentes de seis procedimentos licitatórios celebrados na gestão local, quadriênio 2013-2016, em convênio com o Ministério das Cidades.
Além dos serviços não executados ou parcialmente executados, a investigação descobriu que um grupo de quatro empresas fazia revezamento nas licitações e parte dos recursos era destinada a pagamentos de parentes e pessoas ligadas à administração municipal.
De acordo com as investigações, algumas dessas empresas vencedoras de licitações recorrentes serviam apenas de “fachada” e eram compostas por sócios “laranjas”.
A organização criminosa obteve contratos da ordem de R$3,4 milhões, dos quais R$1,5 milhão está estimado como o valor potencial do desvio com ordem de bloqueio judicial.
A PF informou que o nome da operação ‘Ciranda de Pedra’ traduz uma fonte de múltiplos significados. No entanto, a ‘ciranda’ da obra de Lygia Fagundes Teles é formada por pedras, simbolicamente representando a sua dureza, a desintegração, o fechamento entre seus participantes e a não aceitação de novos membros.
Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e fraude à licitação.