Nove PMs da Bahia são demitidos de uma só vez

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Crédito da Foto: ilustrativa/Alberto Maraux/SSP-BA

De uma só vez, nove praças – grupo que compreende de soldados a subtenentes – da Polícia Militar da Bahia foram demitidos das funções. As decisões, fundamentadas após investigações internas, foram publicadas em um boletim, assinado no último dia 18 de janeiro pelo novo comandante-geral da corporação, coronel Paulo Coutinho, e obtido pela reportagem do Aratu On.

De acordo com o documento, os nove participaram de seis situações distintas acompanhadas pela Corregedoria. Não fazem mais parte das fileiras os soldados Edilton da Silva Souza, Deide da Silva Pereira, Thiago Raphael Bezerra de Oliveira, Danilo Costa de Souza, Fábio Martins Carvalho, Albert dos Santos Oliveira, Ronie Von Souza da Silva, além do sargento Eronaldo de Oliveira Moura e do subtenente Robson da Silva Santos.

O crime praticado por Fábio Carvalho ganhou mais repercussão. Em junho de 2018, ele foi acusado de atirar contra um motorista de ônibus após uma briga de trânsito na Avenida Oceânica, bairro do Rio Vermelho, em Salvador. De acordo com depoimento do rodoviário, a via estava em obras e o então PM, dirigindo um Corolla, o ameaçou, após pedido de retirar o coletivo da via. O soldado cumpriu o que prometeu e feriu o trabalhador.

Na época, Fábio se defendeu. Ele argumentou durante o processo que o motorista do ônibus lhe deu passagem, já que era possível passar apenas um veículo por vez. Mesmo assim, o rodoviário teria cruzado os braços e o ameaçado, inclusive com o coletivo indo em sua direção. O então soldado ainda relatou que a arma disparou e, somente em seguida, ele percebeu que havia atingido o condutor e solicitou atendimento médico com urgência.

INVESTIGADO JÁ MORTO

Outro caso que também chamou a atenção no boletim é o de Albert dos Santos Oliveira. De acordo com as investigações, ele é suspeito de ter agredido duas irmãs enquanto estava bêbado no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Tudo ocorreu em abril de 2018.

De acordo com as vítimas, o então soldado começou a paquerar uma delas e, após a recusa, a segunda foi defender a irmã. Nesse momento, Albert teria dado “coronhadas” na dupla, que ficaram comprovadas após exames no Departamento de Polícia Técnica. Também ouvido, após ser levado para a delegacia por uma guarnição da PM, o servidor público argumentou que não se lembrava do ocorrido por conta do consumo de bebidas alcoólicas.

Enquanto o processo ainda estava em andamento, Albert dos Santos Oliveira foi encontrado morto por colegas dentro de um carro no Centro Administrativo da Bahia, no dia 31 de agosto de 2020. Ele tinha um ferimento de arma na cabeça e uma pistola foi encontrada dentro do veículo, o que indicaria um suicídio.

Além das situações envolvendo Fábio e Albert, o boletim aponta ainda que as demais demissões foram provocadas por ameaça à denunciante que agia em conluio na prática de extorsão de traficantes (Edilton Souza); morte e tortura de civis (Deide da Silva, Thiago de Oliveira e Danilo Costa de Souza); agressão contra esposa e familiares (Eronaldo de Oliveira) e sequestro e morte de cidadão (Robson Silva e Ronie Von da Silva). Informações do Aratu On.