Na Bahia, 50,9% dos municípios registram resistência quanto à vacinação infantil contra a Covid-19. Apesar disso, 90,5% dos prefeitos destas cidades admitem que não foram registradas reações adversas graves em crianças de 5 a 11 anos após a imunização contra a doença.
Entre 116 municípios baianos contatados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) para realizar levantamento acerca do que está acontecendo no Brasil no que se refere à Covid-19 e à gestão da pandemia, 59 gestores admitiram que percebem resistência quanto à vacinação de crianças contra o coronavírus.
O período de coleta dos dados para a pesquisa foi de 14 a 17 de fevereiro de 2022, sendo ouvidos 2.193 gestores de todo o país, o que representa 39,4% dos municípios brasileiros.
Nacionalmente, 59,6% dos prefeitos relatam enfrentar a resistência da população quanto à imunização do público mais novo, segundo a pesquisa.
Nordeste
Com o número um pouco menor, os municípios da região Nordeste apontam que o antagonismo à vacinação do público jovem é equivalente a 51,3%. Dentre os nove estados da região, o Piauí (25%), a Paraíba (40,4%) e o Ceará (47,7%) são os únicos abaixo de 50%. A Bahia segue os citados, sendo o quarto estado com menor índice de rejeição à imunização.
Sobre a vacinação contra a Covid-19 do público infantil, a União dos Municípios da Bahia (UPB) afirma ser preocupante a baixa procura pela imunização de crianças da faixa etária de 5 a 12 anos. “Os municípios vêm realizando mutirões e campanhas educativas para incentivar os pais a vacinarem, entretanto existem também campanhas de desinformação nas redes sociais, que desestimulam os pais a vacinarem seus filhos”, explica por meio de nota.
Para Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, o movimento antivacina é o maior incentivador da resistência à vacinação infantil. “A primeira razão que a gente destaca é que existem muitas fake news sobre a vacinação, inclusive, há uma campanha de alguns setores do governo federal que estimulam esse grupos”, opina.
Cobertura
Iniciada em janeiro de 2022, a vacinação do público-alvo na Bahia alcançou pouco mais de 33% dos jovens. Salvador conta com mais de 58% do grupo alvo vacinado e em Lauro de Freitas, com 50%, ainda não foi observada resistência. Enquanto isso, cidades como Amargosa, Simões Filho, Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, Jacobina, Eunápolis, Itaberaba, Mata de São João, Ilhéus, Santo Antônio de Jesus, Amélia Rodrigues, Jequié, Juazeiro, Itabuna, Santo Amaro, Porto Seguro e Teixeira de Freitas estão abaixo da média estadual, todas com menos de 30% de crianças vacinadas. Via A Tarde