Manifestações das Cheganças, Marujada e Embaixadas são reconhecidas como patrimônio cultural imaterial da Bahia

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Apresentação da Marujada da Cheganças de Bom Jesus da Lapa na Festa do Divino do município.

As manifestações culturais das Cheganças, Marujadas e Embaixadas, realizadas em regiões da Bahia, foram reconhecidas como patrimônio cultural imaterial do estado. O decreto foi publicado pelo governo da Bahia, na terça-feira (12).

De acordo com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), o registro no Livro Especial de Expressões Lúdicas e Artísticas foi solicitado ao órgão, autarquia vinculada à Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA), pela Associação Chegança de Marujos Fragata Brasileira, do município de Saubara, no Recôncavo Baiano.

“O reconhecimento contribui na preservação, valorização e dinamização dessas expressões culturais que acontecem em diversas cidades do estado e, historicamente, estão relacionadas à religiosidade popular e a devoção de santos católicos, como São Benedito, Nossa Senhora do Rosário e São Domingos de Gusmão”, disse, em nota, o diretor do Ipac, João Carlos de Oliveira.

Conforme o Ipac, para comprovar a importância das Cheganças, Marujadas e Embaixadas na Bahia, foi realizada uma ampla pesquisa documental e imagética, além de entrevistas, e, em novembro do ano passado, o Conselho Estadual de Cultura deu parecer favorável para a concessão do registro.

“O decreto é um marco importante. Agora, vamos construir um consistente plano de salvaguardar e envolver jovens, crianças, adultos em prol da preservação desse importante bem cultural”, afirmou, também em nota, o mestre da Chegança de Marujos Fragata Brasileira e coordenador da elaboração do dossiê de registro, Rosildo do Rosário.

Segundo o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), as Cheganças, Marujadas e Embaixadas são expressões cênicas e coreográficas, compostas por dança, performance ritualizada, música e canto.

De acordo com historiadores, as manifestações representam as façanhas marítimas dos portugueses entre os séculos XV e XVIII, misturando tradições ibéricas e culturas locais. Na Bahia, são 21 grupos inventariados, em 16 comunidades dos territórios de identidade Extremo sul, Região Metropolitana de Salvador, Piemonte da Diamantina, Baixo Sul, Chapada, Velho Chico, Recôncavo Baiano e Sertão de São Francisco.

IPAC