Bahia inicia 2ª etapa de vacinação contra a Febre Aftosa neste domingo (1)

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G1

A Bahia recebeu o status de Zona Livre da Febre Aftosa, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), nos últimos 23 anos de forma consecutiva. Para dar continuidade aos resultados positivos, neste domingo (1º), será iniciada a 2ª etapa de vacinação contra a doença em 2020, destinada a bovinos e bubalinos de até dois anos de idade.

Além de vacinar, o produtor deve declarar todo o rebanho para a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Para evitar aglomeração e tornar mais rápida a declaração da vacina, o produtor pode realizar o processo via internet, no site da Adab (www.adab.ba.gov.br), e também nas lojas de revenda de produtos agrícolas e sindicatos rurais.

A meta é vacinar quase 3,3 milhões de animais na Bahia, nesta segunda etapa anual contra a Febre Aftosa. O produtor terá que declarar os animais de até dois anos, assim como as demais faixas etárias, e realizar a atualização dos dados cadastrais. A segunda etapa assume uma maior importância por se tratar de animais mais jovens, alguns ainda não receberam nenhuma dose de vacina e estão com o sistema imunológico em formação e, portanto, mais vulneráveis à doença.

Os pecuaristas que não vacinarem o rebanho durante o período da campanha e não fizerem a declaração ficarão impedidos de vender ou transportar o rebanho. Por isso, a orientação é não deixar para última hora, evitando a perda dos prazos. A Adab ressalta aos produtores a necessidade da vacina contra a Brucelose, que também é obrigatória.

O coordenador do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa da Adab, José Neder, destaca que apesar de a doença ter sido erradicada na Bahia no ano de 2001, a vacinação ainda é mantida. A próxima etapa do trabalho prevê a eliminação da vacinação em 2021.

“Pedimos a atenção dos produtores para podermos cumprir o calendário oficial do Ministério da Agricultura. Se obtivermos altas taxas de vacinação nessa etapa, juntamente com as duas etapas do próximo ano, receberemos a chancela e poderemos retirar em definitivo a vacinação contra a Febre Aftosa na Bahia, o que seria um marco para o setor produtivo”, explica José Neder.

Erradicação

A febre aftosa é uma doença viral, altamente contagiosa, que afeta animais de casco fendido, como os bois, búfalos, cabras, ovelhas e porcos. Pode ser transmitida principalmente pelo contato dos animais sadios com animais doentes. O vírus pode ser transportado pela água, ar, alimentos, pássaros e pessoas que entrem em contato com animais doentes.

A enfermidade provoca graves restrições sanitárias e comerciais ao estado e ao país, desvalorização no preço da arroba, desemprego no setor frigorífico e pode causar embargos comerciais a outros produtos, como o farelo de soja, frutas e exportação de carne de frango e suína, além de grande impacto social e econômico.

A vacinação contra a Febre Aftosa ganha atenção especial da Adabem territórios que não atingiram uma alta no índice vacinal durante a primeira etapa da campanha, em maio e junho (dois meses excepcionalmente por conta das dificuldades de logística em função da pandemia).

“A vacinação assistida, isto é, com a presença dos médicos veterinários e técnicos agrícolas da Adab em propriedades e visitas de orientação, vai acontecer nessa etapa que começa no próximo domingo”, informa o diretor de Defesa Sanitária Animal, Carlos Augusto Spínola.

Mas para seguir o protocolo sanitário, todos os cuidados para evitar a transmissão da Covid-19 deverão ser seguidos. “O distanciamento recomendado entre trabalhadores, servidores da ADAB e produtores nos currais durante o ato da vacinação deve ser de dois metros”, lembra o diretor-geral da agência, Maurício Bacelar.

A 1ª Etapa da Vacinação de 2020 atingiu 93,65% de imunização do rebanho de todas as faixas etárias, ou seja, cerca de 10 milhões de animais em 240 mil propriedades foram imunizados. “No entanto, a importância dessa segunda etapa é fundamental para garantir nossa caminhada para que em 2021 possamos nos tornar território livre da doença sem vacinação, o que vai possibilitar uma maior aceitação dos nossos animais e produtos nos mais exigentes mercados internacionais”, conclui Maurício.