No Brasil, uma em cada cinco meninas com idade entre 13 e 17 anos já sofreu algum tipo de violência sexual. Entre as adolescentes dessa faixa etária que frequentam a escola, 20,1% revelam já terem sido tocadas, manipuladas, beijadas ou submetidas a exposição de partes do corpo contra a sua vontade. Além disso, 8,8% das meninas nessa idade já foram forçadas ao sexo, a maioria antes dos 14 anos.
Na Bahia, a relação ou qualquer outro ato sexual foi algo imposto contra a vontade para 5,1% dos estudantes, meninos e meninas, dessa faixa etária. O percentual no estado foi o segundo menor do país, só acima do verificado no Rio Grande do Sul (4,8%), ainda assim representava 44.585 adolescentes.
No Brasil, 6,3% dos adolescentes 13 a 17 anos relataram já ter sido forçados a fazer sexo em algum momento. Esses e outros dados que apontam que a violência sexual é presente na vida de um significativo percentual de meninos e meninas que frequentam escola constam na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019 divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A violência sexual também é sofrida pelos garotos, mesmo que em percentuais menores. Entre as meninas o índice é mais que o dobro do observado entre os meninos (9,0%). De acordo com o IBGE, no geral, 14,6% dos estudantes de 13 a 17 anos narraram já terem sofrido algum tipo de violência sexual pelo menos uma vez na vida.
Em 2019, em todo o país, o sexo forçado era uma realidade mais frequente para as mulheres. Na Bahia, 7,2% das estudantes de 13 a 17 anos relataram essa violência, enquanto entre os meninos o índice foi de 2,8%. A frequência também era maior entre alunos e escolas públicas (5,3%) do que privadas (3,9%).
A pesquisa identificou que a ocorrência da violência sexual diminuía conforme aumentava a idade do adolescente. Na Bahia, quase seis em cada 10 adolescentes que disseram ter sido forçados a ter relação ou qualquer outro ato sexual tinham menos de 13 anos quando isso ocorreu. O índice de 56,9% representa 25.369 pessoas.
Quase metade dos escolares forçados ao sexo (48,4%) disseram que o/a agressor/a foi o/a namorado/a ou ex (informado por 28,3%) ou um/a amigo/a (20,1%).