A farmacêutica Merck, responsável pelo desenvolvimento da ivermectina, informou em comunicado que não há dados que sustentem o uso do remédio no tratamento da Covid-19.
A indicação da ivermectina é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, e a substância é recomendada também em um aplicativo desenvolvido pelo Ministério da Saúde com orientações de tratamento contra o coronavírus.
Em seu comunicado divulgado na quinta-feira (04), a Merck, que deteve a patente da ivermectina até 1996, disse que não há base científica para um potencial efeito terapêutico contra a Covid-19 em estudos pré-clínicos. A empresa acrescentou também que não há evidência significativa de eficácia clínica em pacientes com a doença. A farmacêutica ainda pontuou que há uma preocupante ausência de dados sobre a segurança da substância nesse contexto na maior parte dos estudos.
“Não acreditamos que os dados disponíveis sustentem a segurança e a eficácia da ivermectina além das doses e dos grupos indicados nas informações de prescrição aprovadas por agências regulatórias”, declarou a Merck.
A recomendação original de uso da ivermectina presente na bula é voltada para tratamento de infecções causadas por parasitas. No Brasil, ao longo da pandemia ganhou força a informação sem base científica de que o remédio seria eficaz contra a Covid-19.