Por Aratu On
O prefeito da cidade baiana de Candiba, no sudoeste baiano, se tornou alvo de uma apuração do Ministério Público (MP-BA) após ser imunizado contra a Covid-19 sem se enquadrar nos critérios de prioridade do primeiro lote da campanha de vacinação.
O MP informou que “tomou conhecimento do fato noticiado na imprensa local e tomará as medidas cabíveis para apuração do mesmo que, a princípio, pode se configurar como crime de prevaricação, abuso de autoridade e ato de improbidade administrativa”.
Aos 60 anos, Reginaldo Martins Prado (PSD) foi um dos primeiros a receber a dose do imunizante no município, que possui 14.368 de habitantes e recebeu 100 doses da CoronaVac, ainda durante o ato oficial de abertura da campanha. Após a Prefeitura divulgar nas redes sociais a iniciativa do gestor, Prado foi acusado de furar a fila e sofreu severas críticas na internet.
Apesar de fazer parte do grupo de risco para o agravamento da doença, já que além de ter 60 anos o prefeito é diagnosticado com hipertensão e diabetes, ele não se enquadra nos critérios da atual fase da campanha nacional contra o novo coronavírus.
Na fase 1, recém inicializada, apenas trabalhadores da saúde, pessoas de 60 anos ou mais que vivem em abrigos, pessoas com deficiência institucionalizadas, pessoas de 80 anos ou mais, e população indígena vivendo em terras indígenas serão contemplados.
Reginaldo teria que aguardar a fase 2, formada por pessoas de 70 a 74 anos, de 65 a 69 anos, e de 60 a 64 anos para receber a dose do imunizante. No início da tarde desta quarta-feira (20/1) Prado recorreu às redes sociais para explicar que foi convidado pelos os profissionais da saúde para testemunhar a aplicação da primeira dose da vacina.
Segundo ele, ao chegar no local, os trabalhadores estavam preocupados em tomar a vacina e se negaram a receber uma dose, até que alguns solicitaram para que ele fosse o primeiro. O chefe do Executivo Municipal alega nãose beneficiar, mas que foi movido pelo intuito de incentivar a população a não temer e se vacinar. Ele chegou a pedir desculpas por eventuais equívocos.
“Várias pessoas no município estão resistindo a tomar a vacina por não ter conhecimento e a gente precisa passar essa mensagem [que o imunizante é seguro]. Eu dei o meu melhor, autorizando a aplicação da vacina, mas tomei a vacina não preocupado com o meu bem estar, e sim em encorajar e incentivar as pessoas para que pudessem tomar a vacina. Eu poderia tomar [a vacina] escondido, mas meu intuito foi divulgar para incentivar as pessoas”, explicou.