A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios), entrou em greve na última segunda-feira (17), em todo o Brasil. De acordo com os Sindicatos e Federações Nacionais 70% dos funcionários aderiram à greve e cruzaram os braços em todo o país. Por se tratar de um serviço considerado essencial, 30% dos funcionários seguirão trabalhando mesmo com a greve, atendendo uma escala específica de trabalho, conforme determina a lei.
Na Bahia o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos na Bahia (Sincotelba) , informou que a adesão à greve foi de 80% dos funcionários na terça-feira (18). De acordo com o Sincotelba, os serviços essenciais que seguem em funcionamento são entregas de remédios, Sedex, telegramas, vacinas, materiais biológicos, entre outros.
Agências de Toledo?
A agência dos Correios em Bom Jesus da Lapa informou que a empresa no município continua com o atendimento normalmente, e que um pouco mais de 20% dos colaboradores entraram em greve. Mas todos os serviços seguem operando normalmente na cidade.
O que os funcionários reivindicam
A greve entrou em vigor por conta dos Sindicatos não concordarem com a proposta de reajuste salarial sugerida pela diretoria dos Correios. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a nova proposta retira uma série de benefícios dos trabalhadores como o auxílio para funcionários que têm filhos com necessidades especiais, o que para o Fentect representa um retrocesso na garantia dos direitos dos trabalhadores.
Os funcionários alegam que a empresa descumpriu o acordo coletivo que tem validade até o ano de 2021. O acordo conta com benefícios como o pagamento de 30% de adicional de risco, vale alimentação, auxílio por morte, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche e auxílio para os funcionários que têm filhos que possuem necessidades especiais.
Os trabalhadores também mencionaram que tiveram que entrar na justiça para exigir equipamentos de proteção individual, para evitar o contágio pelo novo Coronavírus (Covid-19).
O Findect ainda destaca que os trabalhadores estão exercendo suas funções em condições precárias desde o início da pandemia e a ideia era resolver a situação sem qualquer tipo de greve ou paralisação, mas não foi possível. O Sindicato ainda pondera que a greve seguirá por tempo indeterminado até que as reivindicações sejam atendidas.
Posição dos Correios
Em nota oficial divulgada na manhã desta quarta-feira (19), os Correios destacam que o país e o mundo passam por um momento especial por conta da pandemia, o que acarretou em enormes problemas econômicos como um todo.
Por isso a empresa entende que a proposta apresentada está totalmente alinhada com a atual situação do país, e principalmente da empresa. A diretoria da estatal alega que uma proposta diferente da apresentada pode comprometer gravemente a situação financeira da companhia.
No entanto os funcionários e o Findect ponderam que a alegação da direção dos Correios é contraditória, uma vez que a estatal contratou pelo menos 10 militares, para cargos estratégicos de direção, com salários que variam entre R$ 30 mil e R$ 46 mil.