O presidente Jair Bolsonaro deu uma nova versão nesta quinta-feira (27) sobre um vídeo compartilhado com correligionários na terça-feira (25), em sua conta pessoal no WhatsApp. A publicação causou fortes protestos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), de políticos e de entidades da sociedade civil.
Na quarta-feira (26), o presidente disse por meio de redes sociais que “tenho no WhatsApp algumas poucas dezenas de amigos onde, de forma reservada, trocamos mensagens de cunho pessoal”. E não contestou que os vídeos, convocando para manifestações organizadas por grupos de direita que apoiam o governo, se referissem a fatos atuais. Os atos foram convocados para protestar contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro não citou os dois poderes em suas mensagens.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro mudou a versão. Durante live distribuída pelo Palácio do Planalto, disse que o vídeo postado por ele, e revelado pela jornalista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo, é de 2015. A jornalista foi a primeira a publicar dois vídeos compartilhados por ele no WhatsApp.
Logo após a live, a jornalista publicou uma sequência de vídeos enviados pelo presidente, na terça- feira. Para comprovar o que dissera, Vera Magalhães mostrou três vídeos sequenciais: no primeiro, o presidente está passeando de moto no Guarujá, onde passou o feriado do carnaval.
No segundo, um vídeo que convoca para manifestações, onde constam fatos ocorridos em 2018, como a facada que feriu Bolsonaro. E o terceiro vídeo, também produzido por grupos manifestantes, que traz imagens do dia da posse de Bolsonaro. Todos os vídeos trazem registros de fatos ocorridos depois de 2015.