Nesta sexta-feira (17), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) vai divulgar os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019. A ansiedade de muita gente deve estar a mil. É o momento também para esclarecer como as notas do exame são calculadas.
O participante terá acesso à nota da redação (que varia de zero a 1000) e à pontuação de cada uma das quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, e matemática e suas tecnologias.
Para o cálculo das notas de cada área, não se faz uma simples soma do número de questões acertadas no exame, como ocorre nas provas escolares. O Inep adota a Teoria de Resposta ao Item (TRI), um conjunto de modelos matemáticos que permitem a comparabilidade entre as edições do exame.
Régua que mede o nível de conhecimento do participante. Escala vai das questões mais fáceis às mais difíceis
Para entender a nota
A nota de cada uma das quatro áreas de conhecimento no Enem é calculada a partir de uma escala, que é como uma régua (imagem acima) que mede o nível de conhecimento do participante. O desempenho médio dos concluintes no ensino médio do ano 2009 encontra-se no meio desta régua, os 500 pontos. Dessa forma, as questões da prova ocupam uma posição diferente na régua, de acordo com seu nível de dificuldade. Nesse sentido, as perguntas situadas na régua abaixo de 500 têm um nível de dificuldade menor para a maioria dos estudantes, e as acima de 500, uma dificuldade maior.
As escalas de proficiência construídas por meio da TRI são cumulativas em termos de habilidades e de competências. Assim, se um participante tem a nota 600, ele deve responder corretamente tanto itens referentes a habilidades e competências associados a esse ponto quanto itens associados a conteúdos, habilidades e competências descritas nos pontos anteriores.
Coerência nas respostas
Quando se considera, por exemplo, um participante com um nível de conhecimento muito bom em ciências da natureza, é esperado que ele acerte as questões mais difíceis e as mais fáceis. Errar itens considerados fáceis e acertar os mais difíceis revela uma inconsistência do participante, o que indica um possível “chute” ao responder às questões. Por isso, duas pessoas que fizeram a mesma edição do Enem e tiveram número igual de acertos podem ter notas diferentes.
A aplicação da TRI é frequente nas avaliações que utilizam testes de múltipla escolha aplicados em diversos países. No Brasil, a TRI é usada desde 1995 nas provas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que mede o desempenho de estudantes do ensino fundamental e médio, e desde 2009 é utilizada no Enem com o objetivo de garantir a comparação das notas do exame em diferentes aplicações.
O Enem é composto por quatro provas objetivas, totalizando 180 questões, e uma redação. O Inep vai liberar os resultados individuais e as pontuações médias de proficiência (domínio de conhecimento) de cada área do conhecimento no dia 17 de janeiro.
Fonte: Inep