Correndo risco de extinção devido ao abate indiscriminado, o jegue, que é parte da cultura e da história do Nordeste, virou o centro de uma grande disputa entre ONGs e governo. De acordo com a Frente Nacional de Defesa de Jumentos, composta por organizações de defesa dos direitos dos animais, se o abate continuar, os jegues estarão extintos dentro de quatro anos.
“A gente tem uma tradição de cuidar desses animais, eles são como membros da família em muitos lugares. Temos lutado contra a escravização deles e defendido a criação de um santuário para que não sofram maus tratos. No entanto, para nossa surpresa, em vez de santuário, o que o governo fez foi liberar o abate desses animais”, explicou a coordenadora do movimento, a advogada Gislane Brandão.
A advogada ainda disse que os governos estadual e federal “liberaram o abate (dos jegues) para atender principalmente aos interesse chineses”. Na China, a carne do jegue é usada na culinária e a pele é utilizada para obter o ejiao, que acreditam tratar diversos problemas como anemia, insônia e impotência sexual.
O diretor geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Maurício Bacelar, defende a comercialização. “Nossa intenção é preservar a espécie, mas não podemos nos dar ao luxo de perder os cerca de 250 empregos diretos que um frigorífico desse tipo proporciona, e o país não pode abrir mão de uma receita de exportação dessas. Estamos estudando junto com o Ministério da Agricultura uma portaria para regulamentação do abate desses animais para que possamos tomar todos os cuidados necessários para o seu bem-estar”, afirmou. Informações do Jornal A Tarde.