O Ibama, em parceria com as Prefeituras Municipais de Xique-Xique e Gentio do Ouro, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), CODEVASF, Inema, Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Colônia de Pescadores e bombeiros civis voluntários estão realizando a segunda etapa da ação de salvamento de peixes nas lagoas marginais do Rio São Francisco.
A ação ocorre no município de Xique-Xique (BA) e resgatou até o momento mais de 30 mil peixes em lagoas que se encontravam praticamente secas na região. Os peixes estão sendo devolvidos ao leito do rio numa ação coordenada e rápida. Assim, espera-se que pelo menos 10% dos espécimes capturados cheguem à vida adulta e possam abastecer o mercado pesqueiro e, mais importante, possam se reproduzir e ajudar na manutenção da biodiversidade do Rio.
“Com essa ação, nós pretendemos fazer aquilo que antes era um processo natural. Nós precisamos devolver os peixes para o rio porque não existe mais a ligação das lagoas com o rio e principalmente com a Lagoa de Itaparica, que era o principal berçário do Rio São Francisco”, explicou Roberto Rivelino, Secretário Municipal de Meio Ambiente de Xique-Xique.
De acordo com informações do Ibama, essa segunda etapa complementa ação de salvamento iniciada no mês passado e que já havia resgatado dezenas de milhares de peixes na região. Para o secretário de Meio Ambiente do município de Xique-Xique, Roberto Rivelino, o salvamento é uma intervenção extremamente positiva no sentido de se preservar a ictiofauna desse trecho do Rio São Francisco, responsável pela formação de berçários para mais 50 espécies de peixes, como Dourado, Surubim, Traíra, Piau, Lambaris, Curimatás, Matrinchãs, dentre outros.
“Nós pretendemos continuar com essa ação no próximo ano e esperamos contar com a colaboração dos nossos parceiros (e quem sabe de novos) para realizamos essas atividades tão importantes para o ecossistema da região e, principalmente, para as lagoas marginais do Rio”, afirmou o secretário.
O salvamento de peixes é uma ação que compõe uma série de intervenções no complexo lagunar do Médio São Francisco, que o CBHSF, em parceria com Instituições como Ministério Público, Ibama e prefeituras locais, tem promovido em defesa do Velho Chico a partir de uma preocupação com os seus principais berçários de peixes e espécies nativas. Ações como o desassoreamento de canais que ligam as lagoas marginais ao rio, associadas à promoção de atividades de educação ambiental, além da complexa e tão esperada revitalização da Lagoa de Itaparica estão dentre as prioridades para os próximos meses e para o ano de 2020.
De acordo com o coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) Médio São Francisco, Ednaldo Campos, essa união de esforços é muito importante para que se enfrente a atual crise do São Francisco na região com realismo e, acima de tudo, com ações práticas. “Nós sempre nos colocamos com especial entusiasmo para defender o São Francisco. Estamos aqui para isso. Para trabalhar com outras organizações e com toda a população em defesa do Rio. É por isso que o CBHSF investe recursos e procura firmar novas parcerias”, explicou Campos.
A ação de salvamento de peixes em 2019 regatou e devolveu ao leito do rio, ao todo, cerca de 80 mil peixes. Após o período de cheia do Rio, um novo rol de ações será executado pelas Instituições parceiras, sempre com o objetivo de avançar na recuperação de áreas degradadas e na preservação, por meio de um processo mais duradouro de educação e conscientização, das riquezas ambientais que formam a diversidade e importância do Velho Chico.