A cada semana, um funcionário deixa o governo

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Brasília  - Entrevista com o deputado Bolsonaro, durante a votação do Impeachment da presidente Dilma Rousseff (Valter Campanato/Agência Brasil)

A exoneração do presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Roberto Leonel, e a saída, ontem, do secretário especial da Cultura, José Henrique Pires, reforçam a alta rotatividade de cargos públicos no governo Jair Bolsonaro. De acordo com levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, em quase 250 dias de gestão, pelo menos 34 funcionários foram demitidos, o que dá uma média de um cada sete dias.

A lista inclui ministros, diretores e secretários executivos de órgãos ou pastas. Logo nos primeiros meses de seu governo, Bolsonaro demitiu três de seus ministros.

O primeiro foi o advogado Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, que foi exonerado com 48 dias de mandato, após se desentender com Carlos Bolsonaro e ter seu nome associado à denúncia de candidaturas de laranjas do PSL durante as eleições 2018. Ele foi substituído pelo general Floriano Peixoto, do Exército.

Depois, foi a vez do colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, sugerido pelo filósofo e guru bolsonarista Olavo de Carvalho para chefiar o Ministério da Educação – ele deixou o cargo em meio a declarações polêmicas.

Já general Carlos Alberto dos Santos Cruz, um dos principais nomes nas Forças Armadas e que já havia assumido a chefia Secretaria-Geral no lugar de Peixoto, foi exonerado após atrito com a ala olavista do governo.

Ex-ministro da Fazenda durante o primeiro ano do governo de Dilma Rousseff, Joaquim Levy irritou Bolsonaro ao indicar Marcos Barbosa Pinto, ex-assessor do PT, para a diretoria de Mercado de Capitais. Após um comentário do presidente afirmando já estar “por aqui” com Levy, ele pediu demissão do cargo em 16 de julho.

Dados

A discordância em relação à divulgação de dados motivou a demissão de Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Certas coisas eu não peço, mando”, afirmou Bolsonaro, após ter confirmado que pediu a demissão de Galvão por ele ter liberado informações sobre o aumento do desmatamento da Amazônia em 2019.

Os ataques do presidente à cultura também renderam demissão na Agência Nacional do Cinema (Ancine).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.