A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (29) reajuste médio de 3,5% no preço da gasolina vendida em suas refinarias. É o terceiro aumento no mês, acompanhando a elevação das cotações internacionais do produto.
Segundo a estatal, o reajuste é de R$ 0,07 por litro. A partir desta quarta (30), o litro da gasolina nas refinarias da empresa custará, em média, R$ 2,045.
O repasse aos postos, porém, depende de variáveis como impostos e margens de lucros de postos e distribuidoras. A gasolina vendida pela Petrobras representa 32% do preço final do combustível.
É a primeira vez desde outubro de 2018, que a gasolina é vendida pela Petrobras por valor acima de R$ 2.
Em 2019, o preço do combustível nas refinarias da estatal acumula alta de 35,5%.
Nos postos, porém, a alta é menor, de 3,7%, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Na semana passada, o litro da gasolina foi vendido, em média no país, a R$ 4,504.
Segundo cálculos do setor, a defasagem nos preços internos da gasolina já superava os R$ 0,10 por litro em todos os principais pontos de importação do combustível no país -em Itaqui, na Bahia, já chegava a R$ 0,22 por litro.
Há preocupação entre as importadoras de combustíveis com a manutenção de defasagens no preço, que costuma subir nesta época do ano com a proximidade do verão no Hemisfério Norte- o consumo costuma disparar durante as férias nos Estados Unidos.
O preço do diesel foi mantido inalterado. O último reajuste no preço do combustível foi feito pela Petrobras no último dia 18, de 4,8%. A medida foi tomada seis dias após recuo em aumento de 5,7% após telefonema do presidente Jair Bolsonaro ao presidente da estatal, Roberto Castello Branco.
A suspensão do aumento gerou alertas sobre interferência política na gestão da companhia e derrubou as ações no dia seguinte, levando a empresa a perder R$ 32 bilhões em valor de mercado.
Na sexta (26), a Petrobras anunciou planos de vender 8 de suas 13 refinarias, transferindo à iniciativa privada 50% da capacidade de refino do Brasil. A companhia espera levantar cerca de US$ 15 bilhões (R$ 60 bilhões) com as refinarias.
Se vender todas, a Petrobras manterá operações de refino apenas no Rio e em São Paulo. Todas as unidades localizadas em outros estados foram incluídas na lista.
Nesta segunda (29), representantes da estatal estiveram no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para apresentar o plano. A área técnica do órgão de defesa da concorrência havia criticado o modelo anterior -que previa a venda de dois grandes polos de refino- e sugeriu que a empresa se desfizesse de uma unidade em São Paulo.