Cliente leva gravata na frente da filha e acusa banco e PM de racismo

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montagem_racismoO empresário Crispim Terral, 34 anos, acusa a Caixa Econômica Federal de racismo, após ter sido expulso de uma agência e retirado à força pela Polícia Militar, que atendeu ao chamado da gerência da unidade, que fica no Relógio de São Pedro, na Avenida Sete de Setembro. A ação, que ocorreu na tarde de segunda-feira (25), foi toda gravada e as imagens divulgadas em uma rede social do empresário, que é proprietário da Farmácia Terral, em Salinas das Margaridas.

Crispim denunciou que, após esperar por mais de quatro horas na agência, para receber um atendimento, o gerente da agência pediu que ele se retirasse. Após negativa do cliente, o gerente acionou uma guarnição da Polícia Militar.

Em contato com o CORREIO, Crispim contou que, durante dois meses, vem mantendo contanto com a agência bancária para receber o comprovante de pagamento de dois cheques. Um no valor de R$1 mil e outro no de R$1.056 – ambos foram devolvidos pela agência sob alegação de que não havia saldo na conta.

Espera
Após ir sete vezes na agência e não conseguir solucionar o problema, o empresário resolveu procurar atendimento mais uma vez na terça. O empresário disse que foi atendido por um gerente de pronome Mauro. “Ele me tratou de forma indiferente em relação aos outros clientes que estavam lá. Eu tive que esperar durante quatro horas até me cansar e ir até a mesa do gerente geral”, contou.

Cansado da espera, o cliente resolveu tentar solucionar o problema com o gerente geral, identificado por ele como João Paulo. Ele afirma que o funcionário o tratou de forma ríspida ao ser questionado sobre o tempo de espera e o atendimento.

“Ele então acabou chamando a polícia depois que eu me recusei a sair da mesa dele. Após uma hora, os policiais chegaram no local e, à princípio, não fui maltratado. Eles quiseram me conduzir à delegacia junto com o gerente geral, mas ele afirmou que só iria se ‘esse tipo de gente” saísse algemado”, contou.

Mata leão
Depois de se recusar a ser algemado, o empresário acabou recebendo um “mata leão” de um dos PMs. O vídeo do momento em que Crispim é imobilizado foi gravado pela filha de 15 anos que o acompanhava. “Também acredito que sofri racismo por parte do polícia, porque sequer esboçei uma reação, estava tranquilo. Podem até pedir as imagens das câmeras de segurança do banco. Minha filha ficou em pânico”, disse.

Crispim afirma que foi conduzido à Central de Flagrantes juntos com policiais, onde foi autuado por desobediência e resistência. Logo em seguida, ele procurou uma unidade de saúde onde recebeu atendimento por sentir fortes dores no pescoço e braço direito. Ele prestou uma queixa contra os PMs na Corregedoria da Polícia Militar na quarta-feira (20).

A assessoria da Caixa Econômica Federal foi procurada mas, até o momento, não respondeu a solicitação da equipe de reportagem. Em nota, a PM informou que o 18º Batalhão da Polícia Militar (BPM/Centro Histórico) foi acionado por prepostos da agência porque um dos clientes se recusava a deixar a agência, mesmo após o término do expediente.

A nota diz ainda que, no local, os policiais militares conversaram com o gerente da agência e ele relatou que o homem estava solicitando um comprovante de transação, que não poderia ser fornecido naquele momento, e solicitou a remoção do cidadão do interior do estabelecimento em razão do encerramento do expediente bancário.

“Os policiais, então, dirigiram-se ao homem e solicitaram que ele acompanhasse a equipe junto com o representante da agência bancária à delegacia, para formalização da ocorrência em razão do impasse gerado pelo conflito de interesses. Os policiais relataram que o cidadão começou a se exaltar e dizer que não sairia da agência sem ter a sua demanda atendida, contrariando a recomendação das autoridades que intervieram no conflito”, diz a nota.

A PM alega ainda que “houve a necessidade de empregar a força proporcional para fazer cumprir a ordem legal exarada, mesmo após diversas tentativas de conduzi-lo sem o emprego da força. Ele não foi algemado. O vídeo divulgado mostra uma condução técnica dos policiais militares na ação e também observa-se uma edição suprimindo parte do ocorrido”.

Ainda segundo a polícial, uma sindicância será instaurada pelo 18º BPM para apurar todas as circunstâncias da intervenção policial. A políca informa também que, apesar de ser um estabelecimento federal, quando a PM é acionada tem o dever de atender a ocorrência.

Informações do Correio24horas