No seu primeiro evento público desde o início oficial, nesta quinta-feira, 16, das campanhas nas ruas, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, participou nesta sexta-feira, 17, pela manhã, da formatura de sargentos da Polícia Militar, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. Rodeado de um segmento no qual costuma ter muitos eleitores, Bolsonaro se sentiu em casa e, entre afagos e tietagens, aproveitou para atacar os críticos que chamaram de superficiais suas propostas de governo. “Eu não posso responder a esse analfabeto que falou isso”. E destacou que as pessoas que “realmente estão preocupadas com o futuro do País” gostaram do plano.
As diretrizes do governo de Bolsonaro foram divulgadas nesta semana. O documento é obrigatório para o registro na Justiça Eleitoral. “Ele (o documento) é uma diretriz. É uma intenção. Vocês nunca cobraram plano de ninguém”, questionou o candidato.
Marcado para começar às 10h, Bolsonaro chegou por volta das 8h30 ao evento. O candidato ao Palácio do Planalto aproveitou para cumprimentar os formandos, momento em que foi cercado por vários presentes. “Queremos lembrar que a solenidade não para por aqui”, disse o apresentador no microfone, tentando continuar a programação prevista para o evento.
Bolsonaro não foi o único que aproveitou o espaço para um corpo a corpo com o eleitorado no segundo dia de campanha oficial nas ruas. Outros candidatos militares a cargos públicos, como o Major Olímpio, também do PSL, compareceram. Do lado de fora, foi possível encontrar santinhos de alguns candidatos no chão, além de pessoas portando faixas.
O governador Marcio França (PSB), que tenta a reeleição neste ano e apoia o tucano Geraldo Alckmin na Presidência, negou na saída do evento que Bolsonaro tenha se aproveitado da ocasião. “Ele é um militar. Quando ele vai nas solenidades militares, as pessoas gostam dele. Também é um direito das pessoas se manifestar. Ele, na minha visão, não fez nada. Nem falou em público”, disse.
Foto com crianças
Repetindo um gesto polêmico, Bolsonaro posou para foto com várias crianças simulando, com elas, o gesto de uma arma com as mãos. Como de praxe em cerimônias deste perfil, algumas destas crianças usavam uma “farda em miniatura”.
Procurado pela reportagem na saída, Bolsonaro não comentou o caso. O major Olímpio, candidato ao Senado pelo PSL, negou que o gesto induza as crianças a um comportamento violento. “(O gesto) acabou sendo uma brincadeira”, disse, afirmando que as críticas são “bobagens”.
“Não é mau exemplo. Eu era criança e brincava de bandido e mocinho. Hoje, as crianças estão brincando de bandido e bandido”, acrescentou o candidato ao Senado.