Pela terceira vez na disputa à Presidência da República, Marina Silva foi oficializada neste sábado, 4, como postulante ao cargo nas eleições 2018 em convenção nacional da Rede, realizada em Brasília. A votação do partido foi feita por aclamação.
Em um tom mais assertivo do que em eleições anteriores, ela se apresentou como o “projeto mais preparado” para “unir o Brasil” e com críticas aos seus principais oponentes. “O povo brasileiro não vai ser substituído por centrões de direita e esquerda. No centro está o povo brasileiro”, disse, arrancando aplausos e gritos de “Brasil para frente, Marina presidente”.
Apesar de ser uma campanha com mais “cara” de Marina, ela vai disputar com menos recursos, segundos de propaganda eleitoral e um partido que encolheu nos últimos anos. Esta terceira disputa de Marina será ainda uma campanha franciscana.
A expectativa de gastos é de metade do fundo eleitoral, R$ 5 milhões, fora o que arrecadar de doações – até agora, foram R$ 180 mil na vaquinha online. Somado tudo, ainda fica bem longe dos R$ 44 milhões gastos em 2014 e R$ 24 milhões, em 2010.
Marina rebateu as críticas feitas por adversários de que seu eventual governo não teria viabilidade por ela não ter conseguido realizar alianças com partidos de expressão no Congresso Nacional. A Rede se uniu ao PV, uma sigla com pouca representatividade no País e que tem uma capilaridade bastante limitada.
“Estão dizendo que não temos viabilidade mesmo quando as pesquisas nos colocam de forma favorável. Mas o que me assusta é não termos a viabilidade porque não substituímos a população pelo Centrão, é porque não trocamos o futuro dos brasileiros por tempo de televisão”, disse.
Marina chegou ao evento acompanhada por seu vice, o ex-deputado Eduardo Jorge, do PV. A coligação entre os dois partidos, chamada “Unidos para transformar o Brasil”, enfrentará o desafio de conseguir levar a campanha aos eleitores já que terá apenas 26 segundos em cada bloco da propaganda eleitoral na televisão, segundo o Estadão Dados.
Um dos desafios da aliança é alinhar um programa de governo que tenha consenso. Marina disputou a Presidência pela primeira vez em 2010 pelo PV. Na época, causou atrito no partido o fato de a candidata, evangélica, ser contra duas bandeiras históricas dos verdes: descriminalização do aborto e das drogas. Eduardo Jorge afirmou que vai conversar para acertar os pontos do programa.
“Existe uma concordância muito grande, mas temos sugestões, na área da reforma política (por exemplo).” Marina se esquivou. “Fui candidata pelo PV e a mesma intermediação que o PV fez com o olhar daqueles que se filiaram ao PV é a mesma que está sendo feita agora.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.