Foi promovido nesta sexta feira(04) em Bom Jesus da Lapa, o segundo encontro do Curso de Educação Popular em Saúde, em parceria com a Fiocruz, a Escola Politécnica Joaquim Venâncio e Escola Popular em Saúde. Voltado para agentes comunitários de saúde e de endemia, com o objetivo de estimular a realização de práticas integrativas (técnicas e ações populares e/ou complementares) no dia a dia dos cuidados de saúde com a comunidade.
De Acordo as Coordenadoras do Curso, Julielba Chapperman e Thais Dantas, os encontros é o pleno atendimento da saúde com uma regra científica, a partir dos rituais populares, através do respeito, da tolerância, da amorosidade com o outro. Fortalecendo o diálogo nas relações de cuidado de forma educativa, com a incorporação das trocas emocionais da sensibilidade, propiciando ir além do diálogo baseado somente nos conhecimentos e argumentações logicamente organizadas. “A realização desse curso tem a proposta de transformar a saúde do nosso país, transformar o fazer saúde, trazendo o saber popular para os espaços. Trazer um novo fazer da saúde, valorizando as pessoas, trazendo os sentimentos, os conhecimentos e a pertença para os nossos municípios”, destacaram.
Conforme a participante Ana Paula, psicóloga e Coordenadora do Centro de Referência Social em Malhada, é preciso valorizar as ações de serviços de convivência dentro das comunidades, tanto rurais, quilombolas e também na sede do município. Esse curso é muito importante, pois ele vem agregar e fortalecer todos os valores, saberes que são importantes para a saúde.
Ela destacou que quando se trabalha os conhecimentos populares em saúde, valorizando as pessoas, e integrando os conhecimentos, é feito uma prevenção à doença. E o que a gente precisa que hoje o SUS aplique, por sai muito mais barato trabalhar a prevenção em saúde. O que sai caro para os municípios é a saúde hospitalar, a saúde medicamentosa, e não a saúde preventiva. Com essa integração de conhecimento, você previne dentro das ações do PSF, como também nos trabalhos da Assistência Social, dentro dos grupos de convivências. Um idoso que recebe uma massagem, um idoso que participa de uma atividade extra, por exemplo, um passeio, um baile, a vida dele não vai ter espaço para doença”, frisou.
Jandira Borges, Agente Comunitária de Saúde de Bom Jesus da Lapa, falou que o evento foi um aulão, onde foram apresentados diferentes saberes dos municípios representados. “A nossa intenção é mostrar para a população qual é o objetivo da Educação Popular em Saúde, que é fortalecer os grupos culturais, do reconhecimento do conhecimento popular, e interagindo com o conhecimento cientifico”, disse.
Já Adão Rodrigues, Agente de Saúde do Município de Carinhanha, falou que o curso é um resgate do conhecimento popular. “Estamos aqui buscando colocar em prática aquilo que foi deixado de ser usado na atenção básica da saúde. Para que a gente no futuro, faça com que o SUS coloque essas coisas aí, retome essas atividades. Que isso sempre trouxe melhorias para a saúde família, e a gente sabe que existem uma falta de atendimento com as populações mais carentes, enquanto os mais favorecidos têm sempre onde buscar. Por isso nosso foco é o resgate do conhecimento popular em saúde, porque tinha coisa que sabíamos que existiam, mas não estavam mais usando”, pontuou.
O primeiro encontro foi em Carinhanha, o segundo em Bom Jesus da Lapa, e o terceiro vai ser em Malhada. Além de alunos dos três municípios que fazem parte do curso, participaram também do evento, representações da Secretaria de Saúde de Bom Jesus da Lapa, Grupo Marujada, Grupo de Capoeira Ginga Bahia e dos movimentos sociais.