Myersohyla Chamaleo, espécie encontrada pela primeira vez no território brasileiro A cena de um urso polar angustiado, ilhado num iceberg cada vez menor – imagem símbolo do impacto do aquecimento global -, poderá se reproduzir com cenário e vítimas diferentes no ponto mais alto do Brasil: o Pico da Neblina, no Amazonas.
Se a temperatura subir na região, explica o zoólogo Ivan Prates, a vegetação densa das áreas baixas amazônicas pode começar a subir a montanha, forçando animais adaptados ao clima frio a buscar refúgio nas áreas mais altas, até que sobre apenas o topo do pico.
Sufocadas pelo aumento da temperatura e pelo avanço de uma floresta onde não são capazes de sobreviver, espécies de sapos e lagartos que só existem na região – e que surgiram milhões de anos antes dos primeiros humanos – podem desaparecer.
“Organismos de montanha são especialmente vulneráveis às mudanças climáticas, porque não têm para onde correr quando aquele ambiente é diminuído. O resultado é a extinção completa”, afirma o zoólogo, que faz pós-doutorado no Museu de História Natural do Instituto Smithsonian, em Washington.