A Coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial(CAPS) de Bom Jesus da Lapa, psicóloga e especialista em saúde mental e psicossocial, Janara Teixeira usou a tribuna livre da Câmara de Vereadores na sessão desta terça-feira(03), para falar sobre a política de saúde mental e funcionamento do CAPS do município.
Ela começou esclarecendo que o CAPS é ligado à Secretaria Municipal de Saúde de Bom Jesus da Lapa, e recebe uma pequena quantia de recursos federais, que é muito pouco, que praticamente todos os atendimentos são custeados com recursos da prefeitura. E que há 30 e 40 anos atrás existia um descaso com os pacientes que tinham algum desequilíbrio mental. “Então há cerca de 30 anos essa política vem se modificando. Porque a política de saúde mental acredita que essas pessoas, elas têm direito de estar em convívio com a sociedade, e o direito garantido de acompanhamento. Esse acompanhamento hoje é feito através dos CAPS”, e continuou: “eu posso falar aqui em nome da Secretaria de Saúde, que o nosso CAPS hoje ele é referência na região oeste”, frisou Janara.
“Pela população de Bom Jesus da Lapa nós deveríamos ter um público menor do que nós atendemos. Nós atendemos numa média de 3.600 pacientes, então se a gente for fazer um cálculo aqui, a maioria de nós, aqui hoje, temos uma pessoa na família que é acompanhada pelo CAPS”, afirmou.
Janara falou que há necessidade de divulgar e de orientar sobre o tema. “Porque por mais que se explique, por mais que se mobilize, nobres vereadores, ainda existe no município pessoas acorrentadas nos quintais das casas. Recebemos muitas denuncias de pessoas que são maltratadas no município por ter algum transtorno mental, pessoas que poderiam ter uma vida diferente se fossem bem tratadas”, alertou.
A Coordenadora explicou que os casos que são encaminhados para o CAPS sao só de extrema gravidade, que precisa de um local adequado, com uma equipe especializada. “O CAPS hoje, ele tem uma equipe multiprofissional que é a mais completa da região. Nós temos no nosso corpo de funcionários, um assistente social, uma enfermeira, duas técnicas de enfermagem, uma farmacêutica, uma auxiliar de farmácia, uma médica clínica, um psiquiatra. É o único CAPS da região oeste e do sudoeste que existe um educador físico”, frisou.
Lembrou aos vereadores, que o município oferece medicações que a maioria dos outro lugares não oferecem, que se alguém falar que não tem medicação que é oferecida pelo CAPS, é porque o paciente tomou a medicação errada, porque é distribuído para 30 dias. E que muita gente recebe o benefício para comprar os seus remédios, e terminam procurando o vereadores para adquirir essa medicação, e eles precisam orientar sobre isso. Disse que as medicações caras o Estado oferece, desde que o paciente entre com o processo na Secretaria de Saúde.
A psicologa lembrou que o público que é atendido pelo CAPS, é aquele grupo que precisa de um olhar especial, e qualquer outro caso que não precise desse tipo de atendimento, vai ser acompanhado pela atenção básica. Pediu o apoio dos vereadores, que precisam conhecer como funcionam a demanda e os encaminhamentos.
Ela finalizou destacando que um dos maiores problemas, de demandas, são as solicitações judiciais, que o município precisa também atender, que o CAPS termina deixando de oferecer para a população local, tendo que seguir a determinação da justiça, no entanto, o Estado deveria ter recursos próprios para esse público.