
Na tarde da última quarta-feira(26), o Cemitério Municipal São Miguel Arcanjo, em Bom Jesus da Lapa, oeste da Bahia, recebeu o sepultamento de cinco corpos que estavam sob responsabilidade das autoridades há mais de um ano. Sem cortejo, sem flores e sem familiares presentes para o último adeus, os corpos foram enterrados como indigentes, ou seja, pessoas cujas identidades não foram confirmadas ou que não tiveram parentes para realizar o sepultamento.
Os corpos foram mantidos sob custódia da polícia desde o momento em que foram encontrados, aguardando reconhecimento e identificação. Após longo período sem manifestação de familiares ou identificação oficial, as autoridades locais, seguindo os trâmites burocráticos necessários, determinaram o sepultamento.
O ato, marcado pela ausência de despedidas e simbolismo, reflete o lamento de histórias que provavelmente permanecerão desconhecidas. A vida das pessoas enterradas como indigentes segue envolta em mistério, e seus nomes, por ora, estão perdidos nas páginas da burocracia. Esse evento destaca a realidade das vítimas sem identificação ou sem rede de apoio familiar, uma situação que muitas vezes passa despercebida pela sociedade.
Apesar da frieza do procedimento, esse sepultamento traz à tona questões sobre a importância do reconhecimento e da dignidade das pessoas, independentemente de sua origem ou situação social.