O Tribunal do Júri de Bom Jesus da Lapa, no oeste da Bahia, proferiu na tarde de quarta-feira (27) a condenação de Paulo Henrique da Silva Júnior, de 21 anos, a 26 anos de prisão pelo assassinato de seu enteado, Cauã Lorenzo Silva Santos, de apenas dois anos. O julgamento, realizado no Fórum Bernardino de Souza, trouxe à tona as circunstâncias do crime ocorrido em 2022, que abalou profundamente a comunidade local.
O caso ganhou destaque na cidade e na região devido à brutalidade do ato cometido. Em 22 de outubro de 2022, Paulo Henrique, que havia vivido com a criança e a mãe de Cauã por cerca de cinco meses, asfixiou o menino enquanto sua companheira estava no trabalho, segundo as informações da polícia. Após cometer o crime, ele levou o corpo de Cauã ao Hospital Carmela Dutra, alegando que a criança havia se engasgado. No entanto, ao realizar a perícia inicial, os médicos constataram que a causa da morte não era engasgamento, mas sim lesões no corpo da vítima, o que levou a polícia a investigar a hipótese de homicídio.
Após interrogatório, o acusado confessou o crime, afirmando que agiu por ciúmes da mãe da criança. O caso gerou grande comoção na cidade, principalmente após a revelação de que a mãe de Cauã já havia relatado que o filho tinha medo do padrasto, devido ao comportamento agressivo dele, que frequentemente gritava com o menino.
Durante o julgamento, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) apresentou provas que confirmaram a versão do crime, incluindo o depoimento de testemunhas e a confissão do réu. O Tribunal do Júri, composto por jurados da comunidade, decidiu pela condenação de Paulo Henrique, que deverá cumprir 26 anos de prisão.
A condenação é um marco para a justiça em Bom Jesus da Lapa, refletindo o compromisso da sociedade local em punir a violência contra crianças e garantir que atos de crueldade não fiquem impunes. A decisão também serve como um alerta para a importância de proteger os direitos e o bem-estar das crianças, que devem ser cercadas de cuidados e amor, especialmente no ambiente familiar.
A tragédia e a condenação de Paulo Henrique marcam um capítulo doloroso na história recente de Bom Jesus da Lapa, mas também representam uma reafirmação de que, em casos como este, a justiça deve prevalecer para garantir a memória das vítimas e proporcionar um sentimento de segurança à comunidade.