O Brasil registrou 3.253 casos notificados de coqueluche em 2024, o maior número desde 2014, quando houve 8.622 ocorrências, segundo dados do Ministério da Saúde. O aumento é atribuído principalmente à queda na cobertura vacinal e à ampliação do acesso a exames laboratoriais, conforme explicou a infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês.
A vacinação insuficiente, especialmente entre adolescentes e gestantes, é apontada como um dos principais fatores para o crescimento da doença. No Brasil, o esquema vacinal para coqueluche abrange crianças pequenas, mas não inclui reforços para adolescentes, diferentemente de práticas nos Estados Unidos e Europa.
A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, é uma infecção respiratória que se caracteriza por ataques de tosse seca e é transmitida por tosse, espirro ou fala. A vacinação, disponível pelo SUS, inclui doses da pentavalente aos 2, 4 e 6 meses de idade e reforços com a DTP. A queda na adesão ao esquema vacinal preocupa especialistas, que reforçam a necessidade de estratégias para ampliar a proteção da população, especialmente nos grupos mais expostos.