Trinta e cinco trabalhadores oriundos da Bahia foram encontrados em condições análogas à escravidão em uma fazenda em Pancas, no noroeste do Espírito Santo. O resgate do grupo ocorreu na sexta-feira (3) durante uma operação coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Todos foram levados para um hotel, onde esperam receber os valores rescisórios, estimados em R$ 169 mil. O empregador teria se comprometido a pagar até esta segunda-feira (6). Posteriormente, a previsão é que voltem para o estado de origem.
Segundo relatos dos trabalhadores, eles saíram da Bahia para atuar na colheita do café e chegaram ao estado capixaba no dia 10 de abril.
De acordo com o MTE, o alojamento onde o grupo estava tinha banheiros sujos, colchões e colchonetes espalhados em um espaço que era dividido com a cozinha. Os ocupantes armazenavam comida em cima de uma mesa improvisada.
Conforme os fiscais do órgão, os trabalhadores precisavam arcar com os custos para se alimentar e eram obrigados a pagar cerca de R$ 100 para fazer deslocamentos do alojamento até o local de trabalho.
Além disso, tiveram valores entre R$ 380 e R$ 450 descontados do salário, que seria das passagens para levá-los ao Espírito Santo.
Foi relatado ainda para os auditores que no local que dois dos empregados teriam adoecido à situação de trabalho e os colegas tiveram que dividir uma quantia em dinheiro para levá-los até o posto médico.
Há entre os trabalhadores homens, mulheres e jovens menores de 18 anos.