A Standard & Poor’s elevou a nota de crédito (rating) do Brasil de BB- para BB em escala global, com perspectiva estável, mostra comunicado publicado nesta terça-feira (19). Com isso, a S&P se junta a Fitch, que já havia elevado a nota do Brasil para BB em junho.
Segundo a agência de classificação de risco, a reforma tributária amplia o histórico do país de implementação pragmática de políticas nos últimos sete anos. Apesar disso, a nota brasileira segue em território especulativo, dois degraus abaixo do chamado grau de investimento, quando o país ganha o selo de bom pagador. Esse patamar foi perdido em 2015, durante a crise econômica do governo Dilma.
Na última sexta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou a reforma tributária. As mudanças nas regras tributárias foram debatidas durante quase 40 anos pelos parlamentares, com sucessivos governos tentando implementá-las. “A reforma tributária ajudará a resolver parcialmente as complexidades do código fiscal brasileiro”, discorre.
Porém, a agência de classificação diz que as perspectivas de crescimento econômico melhores, mas ainda moderadamente fracas, e uma situação fiscal fraca continuam a restringir a qualidade de crédito do Brasil. Além disso, a agência diz que o país manterá uma posição externa forte, graças à forte produção de commodities e às necessidades limitadas de financiamento externo.
“Acreditamos também que a estrutura institucional pode sustentar a formulação de políticas estáveis e pragmáticas com base em freios e contrapesos extensivos nos poderes executivo, legislativo e judiciário do governo. Esperamos uma correção fiscal muito gradual, mas antecipamos que os déficits fiscais permanecerão elevados”, destaca.
Após a aprovação, os mercados reagiram, com o Ibovespa renovando máxima de 132 mil pontos, o dólar caindo para R$ 4,85 e com alívio na curva de juros futuro.