O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo islâmico Hamas, informou neste domingo que os 31 bebês prematuros que estavam no hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza, serão transferidos para o Egito para receberem cuidados médicos adequados.
Os bebês viajarão sem os pais ou parentes, confirmou uma fonte do ministério. A medida foi confirmada pela Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PCRS, na sigla em inglês), que afirmou que suas equipes realizaram a retirada dos bebês em coordenação com agências da ONU, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mohammed Zaqut, diretor-geral dos hospitais em Gaza, disse à AFP que “todos os 31 bebês prematuros no hospital Al-Shifa… foram evacuados”, juntamente com três médicos e duas enfermeiras.
“Estão em andamento os preparativos” para que eles entrem no Egito, acrescentou.
O hospital Al-Shifa se tornou foco de operações israelenses, com o Exército alegando que o Hamas o utiliza como base, enquanto as tropas combatem o grupo por trás dos ataques de 7 de outubro, que mataram 1.200 pessoas, a maioria civis.
Desde então, a autoridade sanitária do Hamas afirma que a campanha militar de Israel matou mais de 12.300 pessoas, a maioria civis.
‘Zona da morte’
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou neste sábado que trabalha em um plano de evacuação do hospital Al Shifa, em Gaza, alvo de incursões do exército israelense, e qualificou o local como “zona da morte”. Neste sábado, havia 25 cuidadores no hospital, além de 291 pacientes, entre eles cerca de 30 bebês em estado crítico, 22 pacientes em diálise e dois em cuidados intensivos.
Os membros da missão descreveram o hospital como uma “zona da morte”, onde a situação é “desesperadora”, informou a organização em um comunicado.
“A OMS e seus parceiros estão desenvolvendo com urgência planos para a evacuação imediata dos pacientes restantes, pessoal e suas famílias”, informou a organização em um comunicado.
“A equipe encontrou um hospital que não pode mais funcionar: sem água, sem alimentos, sem eletricidade, sem combustível, com provisões médicas esgotadas”, escreveu na rede social X (antigo Twitter) o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.