Após 11 dias de conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas, o governo federal tenta, por vias diplomáticas, meios para retirar em segurança cerca de 30 brasileiros e parentes palestinos que que permanecem alojados em residências na região de Khan Yunis, ao sul de Gaza, epicentro do embate.
Na relação das tratativas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chanceler Mauro Vieira com representantes do governo do Egito, de Israel e da Autoridade Palestina estão 22 brasileiros, sete palestinos portadores de Registro Nacional de Imigração (estrangeiros com visto temporário ou com visto de autorização de residência) e mais três parentes próximos de origem palestina. Mulheres e crianças são maioria.
A estratégia é que com a garantia de um cessar-fogo, um ônibus com os brasileiros deixe o território palestino rumo a solo egípcio, onde o grupo será aguardado por um avião presidencial.
Os possíveis bombardeios a Rafah, em meio ao bloqueio israelense até que o Hamas libere os reféns estão entre os pontos que dificultam o processo de repatriação. Há ainda o risco de extremistas infiltrados adentrarem o território vizinho; e a falta de estrutura migratória adequada no Egito.
Autoridades locais também temem um êxodo em massa dos palestinos e o estabelecimento de um assentamento de refugiados fora de Gaza. Sem água, alimentos ou energia desde o estabelecimento do bloqueio total pelo governo de Benjamin Netanyahu, a situação tende a se agravar cada vez mais no lado palestino da fronteira.