O advogado Bernardo Fenelon deixou a defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, no início da última semana. Fenelon havia assumido o posto pouco depois que o militar foi preso, ainda em maio, em operação da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de adulteração no cartão de vacina do ex-presidente, sua filha, e familiares de Cid.
Na época, o advogado assumia o cargo que era ocupado por Rodrigo Roca, que era próximo da família Bolsonaro e defendia o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Bernardo Fenelon é especialista em delações premiadas e sua atuação enquanto advogado de Cid havia aumentado a tensão no meio bolsonarista.
No entanto, em diversos depoimentos à PF, Cid optou pelo direito de ficar em silêncio, assim como em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. O motivo do rompimento entre Fenelon e Mauro Cid, segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, para o g1, foi a “quebra de confiança” entre os dois.
Fenelon já não seria advogado de Cid desde antes da “Operação Lucas 12:2”, dessa sexta-feira (11/8), que mirou o militar, seu pai o general da reserva Mauro Lourena Cid, o tenente Osmar Crivelatti, e o advogado de Bolsonaro Frederick Wassef.
A PF apura se o grupo utilizou estrutura do governo para desviar jóias entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais do ex-presidente. As investigações apontaram que eles venderam os objetos luxuosos e o valor conseguido pelos suspeitos foi convertido em dinheiro vivo e ingressou em patrimônio pessoal.