A disputa para a presidência do Senado está acirrada entre dois candidatos: o atual presidente, que busca a reeleição, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador Rogério Marinho (PL-RN). O primeiro possui o maior número de votos, mas o apoio ao candidato do PL vem crescendo nos últimos dias.
A eleição acontece nesta quarta-feira (1º). Para vencer, o candidato precisa de pelo menos 41 votos favoráveis. Se ninguém atingir esse número, a votação vai para o segundo turno. Também disputa o cargo o senador Eduardo Girão (Podemos-CE).
Pacheco possui o apoio de senadores da base do governo Lula (PT) e de partidos de centro, enquanto Marinho, ex-ministro e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve contar com os votos da oposição.
O PT (9) e o PDT (3), que somam 12 congressistas, já confirmaram estar do lado do presidente do Senado. Também são da base do governo Lula no Congresso e, por isso, formam aliança com Pacheco: MDB (10), PSB (2), Rede (1) e Cidadania (1). Com isso, os aliados do candidato à reeleição somam entre 50 e 55 votos.
Por outro lado, o PL (13), o PP (6) e o Republicanos (4) formaram um bloco para apoiar Marinho. Os três juntos concentram 23 votos.
Praticamente todos os membros do PP declararam voto em Marinho e estão trabalhando para eleger o ex-ministro de Bolsonaro. Cacique do PP, que também integrou o governo Bolsonaro, Ciro Nogueira (PI) afirmou que a vitória de Marinho “está encaminhada”.
O líder do PL, Carlos Portinho (RJ), disse que vai pedir à bancada que revele o voto, estratégia para angariar apoio dos indecisos na hora da votação. Portinho está confiante e disse que Marinho “tem votos para ganhar”.
O candidato do PL também pode receber votos de parlamentares que, em tese, votariam em Pacheco. Isso porque a votação para presidente do Senado é secreta, em cédula de papel, e o senador não é obrigado a revelar seu voto, o que pode gerar muitas traições mesmo dentro de bancadas.
As principais apostas de Marinho são votos de bancadas divididas, como as do União Brasil (10), Podemos (5) e PSDB (3). Dentro do União Brasil, Marinho deve levar ao menos quatro votos.
Força dos partidos
No sábado (28), a bancada do PSD, partido de Pacheco, se tornou a maior do Senado, com 14 parlamentares, devido à filiação de Mara Gabrilli (SP), que saiu do PSDB.
O posto antes era ocupado pelo PL, de Marinho, partido que elegeu mais senadores e, agora, é a segunda maior bancada, formada por 13 parlamentares.
No entanto, apesar de liderar em número de senadores, o PSD ainda não divulgou apoio público a Pacheco, que não é consenso entre todos os colegas de legenda.
Na sexta-feira (27), a bancada se reuniu, mas não referendou publicamente o nome do mineiro. Uma parte do PSD quer que o partido assuma mais cargos e está descontente com a influência de Davi Alcolumbre (União-AP) na gestão de Pacheco.