Universidades federais afirmam que não têm dinheiro para pagar as contas em dezembro

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Campus UFOB Bom Jesus da Lapa

Por causa do bloqueio feito pelo governo federal no início do mês, as universidades federais da Bahia encerram 2022 no vermelho. As instituições de ensino anunciaram, na terça-feira (6), o corte nos auxílios e benefícios da Assistência Estudantil e restrição no pagamento de serviços de limpeza, segurança, manutenção, obras e na aquisição de equipamentos e materiais.

A Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e Instituto Federal da Bahia (Ifba) informaram que estão com contas acumuladas desde novembro e impedidas de gerar novas despesas em dezembro. A Universidade Federal da Bahia (Ufba) apenas confirmou que não tem recursos para todas as despesas e o Instituto Federal Baiano (IF Baiano) não retornou às solicitações da reportagem sobre os impactos do bloqueio.

Nas redes sociais a Universidade Federal da Bahia (UFBA) informou que encerrou o ano com o menor orçamento desde 2014.

Mais de R$ 10 milhões foram bloqueados em recursos de custeio das federais. Só na Ufba, o valor do boqueio chegou a R$ 6,6 milhões, já o Ifba tem R$ 5 milhões bloqueados, na Ufob o bloqueio foi de R$ 4 milhões. Na sequência, aparecem UFRB, com cerca de R$ 2 milhões e UFSB, com pouca mais de R$ 1 milhão retido.

Reitores das universidades federais baianas e de todo o Brasil dizem que o não pagamento dos serviços pode levar ao corte geral no fornecimento de eletricidade e água; além do cancelamento de contratos com fornecedores de serviços de limpeza, conservação e portaria, nos próximos meses.

Reitora da UFSB, Joana Guimarães explica, em entrevista ao Correio, que o bloqueio em dezembro prejudica a finalização das contas do ano. “Dezembro é mês que finaliza as contas, tudo que tem de pagamento. Diante dessa situação, não sei como vai ser. Nunca tivemos isso antes”, afirma. “As dívidas de 2022 vão se acumular e fornecedores vão deixar de oferecer serviços, um mês sem pagar dá para segurar [o contrato] mas dois ou três meses não vai dar. Terminar o ano nessa situação extremamente complicada é iniciar 2023 com déficit”, prevê.

Outras universidades como a Ufob estão escolhendo quais dívidas vão conseguir pagar. Reitores das universidades estiveram em Brasília na quarta (7) para discutir resoluções. O temor é que em 2023, as instituições precisem pagar faturas do novo ano junto com as dívidas de 2022.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirma que está tentando contato com parlamentares, Comissão de Transição do governo eleito e técnicos do Ministério da Educação (MEC). A expectativa é de que a partir de 2023 o próximo governo restabeleça a liberação de recursos no início do ano com fração mensal maior do que a liberada pelo governo atual.

Com informações do Correio