A campanha de vacinação de crianças entre um ano e cinco anos de idade contra poliomielite (pólio) está prorrogada até 30 de setembro. A medida foi anunciada pelo Ministério da Saúde e vale para todo o Brasil, em decorrência da baixa adesão da população. A prorrogação também é válida para a multivacinação de crianças e adolescentes com menos de 15 anos que necessitam atualizar a caderneta de imunização.
Em Porto Alegre, desde o início da campanha, foram administradas 13.834 doses da vacina contra a pólio em forma injetável ou de gotinha, de acordo com a faixa etária e o esquema vacinal da criança.
O quantitativo corresponde a 20,87% do percentual de crianças estimado para a campanha, que é de 66.300. Para afastar o risco de reintrodução do vírus da pólio no país e proteger as crianças contra as sequelas da doença, são necessários 95% de imunizados.
Os dados parciais da campanha contra pólio foram extraídos do LocalizaSUS, ferramenta do Ministério da Saúde, nesta quinta-feira (08). Não há dados disponíveis sobre a multivacinação.
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado poliovírus. Embora ocorra com maior frequência em crianças menores de quatro anos, também pode atingir adultos.
A infectologista e pediatra Luiza Helena Falleiros Arllant, em entrevista ao podcast Voz do Cievs, produzido pela SMS, enfatizou a importância da campanha nacional de imunização contra a pólio. Presidente da Câmara Técnica de Certificação de Erradicação da Poliomielite no Brasil junto à Organização Panamericana de Saúde, Arllant lembrou no programa que, durante muitos anos, a cobertura vacinal foi alta.
Isso significa que o vírus da doença não tinha risco de ser transmitido. Com o passar dos anos, as pessoas foram diminuindo esse cuidado, e deixando de levar as crianças a uma unidade de saúde para serem vacinadas.
“Muita gente não sabe, mas a pólio é uma doença muito grave. Ela pode deixar sequelas pra vida toda de uma pessoa. Se a criança não estiver vacinada e for infectada pelo vírus, ela não vai correr o risco de morte. Mas o vírus vai afetar o sistema nervoso da criança, provocando lesões que levam à paralisia irreversível, principalmente nas pernas”, frisa a médica.
Não há tratamento específico para a doença. A forma de prevenção é a vacinação. A vacina está disponível em 123 unidades de saúde mantidas pela Secretaria de Saúde de Porto Alegre. O horário de atendimento varia de acordo com o local.
Multivacinação
A prorrogação também é válida para a campanha de multivacinação de todas as crianças e os adolescentes menores de 15 anos. O objetivo da campanha é atualizar a carteira de vacinação, garantindo a crianças e adolescentes que ainda não completaram 15 anos todas as vacinas do calendário, de acordo com a faixa etária.