Anvisa libera uso de testes para diagnóstico da varíola dos macacos

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De acordo com a agência, o país ainda não conta com teste específico para identificar a nova infecção. (Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz))

Diante do crescimento dos casos de varíola dos macacos no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso de testes diagnósticos ainda pendentes de registro pelo órgão.

Em nota divulgada nesta segunda (29), a agência informou que foi dada autorização para o uso imediato e emergencial de 24 mil kits, após solicitação conjunta da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, e do Instituto Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Com a liberação dos insumos, o Ministério da Saúde pretende abastecer os Laboratórios Centrais de Saúde Pública –que são públicos– e acelerar o diagnóstico da doença. Atualmente, apenas oito laboratórios fazem a análise por biologia molecular em todo o país.

A diretoria colegiada da Anvisa considerou, entre outros pontos, a grande quantidade de exames represados que aguardam investigação; “o risco associado à demora diagnóstica no que se refere à propagação da doença no país”; e o fato de não existirem testes comerciais registrados.

“Destaca-se que, atualmente, no país, estão estruturados tecnicamente oito Laboratórios de Referência para o diagnóstico da monkeypox, por biologia molecular, que têm se demonstrado limitados na capacidade de atender à crescente demanda, gerando um quantitativo de solicitações de exames represadas”, afirmou a agência em nota.

Até o momento, não existe teste comercial para diagnóstico da varíola dos macacos com registro na Anvisa. Por isso, tanto laboratórios públicos como privados têm utilizado metodologia própria para análise do material. A prática é reconhecida e regulamentada pela agência. O vírus é detectado a partir de “ensaios moleculares de PCR” que são “voltados à sequência de Orthopoxvirus”, explica a agência.

“Já há pedido de registro peticionado na Anvisa de um produto para detecção do vírus Monkeypox. A priorização de análise é convergente com as medidas de vigilância e saúde pública estabelecidas pela OMS, incluindo o acesso a testes diagnósticos confiáveis, acessíveis e precisos”, detalha nota da autarquia.

De acordo com o balanço fechado pelo ministério no sábado (27), o Brasil tem 4.493 casos confirmados de varíola dos macacos e investiga outros 4.860. Na quarta (24), a pasta anunciou o primeiro caso em animal doméstico no país, em Juiz de Fora (MG). Trata-se de um filhote de cachorro de cinco meses.