Lula no JN: confira resumo da entrevista com o candidato à presidência

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Foto: reprodução TV Globo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o terceiro candidato à Presidência da Pública a participar da sabatina no Jornal Nacional na noite desta quinta-feira (25).  Além de falar sobre corrupção e apoio ao seu vice Geraldo Alckmin, o candidato também abordou os seguintes assuntos:

Economia e gestão de Dilma Rousseff

Lula foi questionado se, caso eleito, adotará políticas econômicas do seu governo ou as do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, sua aliada e sucessora. Nos úlitmos anos da gestão de Dilma, o país viveu uma forte crise econômica.

Lula reconheceu erros do governo de sua aliada. Ele citou a “questão da gasolina”, em referência ao fato de Dilma ter segurado artificialmente os preços. Ele também criticou as desonerações para o setor produtivo concedidas pela ex-presidente.

“Eu acho que a Dilma cometeu equívoco na questão da gasolina, ela sabe que eu penso isso. Acho que cometeram equívoco na hora que fizeram R$ 540 bilhões de desoneração e isenção fiscal de 2011 a 2014”, refletiu Lula.

Pacificar o país

Lula falou sobre pacificar o país quando foi questionado sobre MST. Ao dizer que o MST não é mais o mesmo de 30 anos atrás, ele emendou com uma fala de que fazendeiros apoiam Bolsonaro porque o presidente está facilitando acesso a armas de fogo no campo. Mas, segundo Lula, arma não é a solução.

“O MST está fazendo uma coisa extraordinária, está cuidando de produzir, não sei se você sabe, o MST hoje tem várias cooperativas, o MST é o maior produtor de orgânicos do Brasil você tem que visitar uma cooperativa do MST, Renata, você vai ver que aquele MST de 30 anos atrás não existe mais. Agora, o Bolsonaro está ganhando o fazendeiro porque está liberando arma, tem gente que acha que é bom ter arma em casa, que acha que é bom matar alguém, não, o que nós queremos é pacificar esse país”, disse Lula.

Orçamento secreto

Outro tema tratado na entrevista foi o orçamento secreto. Lula chamou a prática de “escárnio”. “Hoje não é só o presidente da república, não. Os governadores do estado estão refém dessas emendas secretas também. Porque antigamente o deputado ia conversar com o governador pra fazer a aplicação de verba. Hoje os deputados não conversam mais. Tem deputado liberando duzentos milhão, cento e cinquenta milhões, cem milhões. Isso é um escárnio. Isso não é democracia”, argumentou Lula.

Polarização x estímulo ao ódio

Lula foi questionado sobre o discurso do “nós contra eles” que, ao longo dos governos do PT, alimentou uma forte polarização entre direita e esquerda e resultou em episódios de violência entre militantes dos dois grupos.Como resposta, Lula disse que a polarização é saudável e que nunca tratou os opositores do PSDB, à época, como inimigos. Ele afirmou ainda que polarização é diferente de “estímulo ao ódio”.

“Feliz era o Brasil e a democracia brasileira quando a polarização nesse país era entre PT e PSDB. A gente era adversário político, a gente trocava farpas, mas a gente se encontrava num restaurante e eu não tinha nenhum problema de tomar uma cerveja com o Fernando Henrique Cardoso, com o José Serra ou com o Alckmin. Porque a gente não se tratava como inimigo, a gente se tratava como adversário. Quando você tem democracia e quando você tem mais que um disputando, a polarização é saudável. Ela é importante, ela é estimulante, ela faz a militância ir pra rua, carregar bandeira. O que é importante é que a gente não confunda a polarização com o estímulo ao ódio. Eu me dou muito bem com o PSDB, que foi meu principal adversário durante tanto tempo”, disse.