A Comissão Pastoral da Terra Regional Bahia denunciou uma invasão de um grupo armado em uma comunidade de Fecho de Pasto do Destocado, área de gerais, no município de Santa Maria da Vitória, oeste da Bahia. O caso aconteceu na madrugada da última quinta-feira(14).
De acordo com publicação no site da entidade, feita na última sexta(15), moradores da comunidade acordaram com suas casas sendo invadidas por um grupo de 10 homens encapuzados, portando armas pesadas. Os relatos são de que moradores foram agredidos com empurrões e, sob mira das armas na cabeça, foram expulsos de suas casas, além de terem suas residências queimadas.
“Foram queimadas duas casas, contendo: garagens, depósitos de mantimentos e instrumentos de trabalho, área de alimentação e todo o imobiliário: camas, colchões, fogões, roupas, celulares e objetos de uso pessoais. Uma das casas é uso coletivo de 05 famílias e a outra pertencia ao Sr. José de Oliveira”, diz a publicação.
Segundo a CPT, os moradores estiveram na delegacia de Santa Maria da Vitória para o registro do Boletim de Ocorrências. “A preocupação deles é que os familiares ligaram informando que o grupo continuou rondando e atirando na área durante todo o dia, impedindo que as famílias se aproximem de suas residências. E seus animais de estimação estão passando fome e sede, pois eles não conseguem voltar para suas casas e cuidar do que sobrou e fazer o levantamento dos prejuízos após esse ato de extrema violência e covardia”, afirma.
Entenda o caso
Segundo relatos da comunidade para a CPT, o grupo que invadiu a comunidade é liderado por um homem já conhecido na região pelas ações de truculências, já que no dia 9 de junho deste ano, o o mesmo esteve na área ameaçando os moradores, dizendo que se eles não saíssem das propriedades e retirassem o gado da área que eles voltariam para atear fogo. “No dia seguinte os moradores fizeram boletim de ocorrência deste fato no entanto, não foi tomada as devidas providências e um mês depois o grupo cumpriu as ameaças”.
“Diante da gravidade da violência sofrida pelos moradores do Destocado, há urgência de encaminhamentos que garanta segurança dos moradores na área, celeridade nas investigações e punição dos culpados e resolução do conflito fundiário”.
A entidade diz que o Fecho de Pasto do Destocado de uso coletivo da terra pela tradicionalidade de mais de cinco gerações de famílias, sofre conflito fundiário de grilagem de suas terras há várias décadas e se agravou a partir de 2016 com várias ações de violência contra a comunidade. Os nomes com os suspeitos dos ataques foram passados às autoridades.