Na audiência realizada nesta sexta-feira(1º), promovida pelo Ministério Público da Bahia, em Correntina, diversas representações questionaram a forma que o agronegócio tem atuado na região, e apresentaram várias denúncias contra os projetos que colocam e risco os rios do Oeste da Bahia.
O procurador da República Dr. Wilson Veleci da Silva falou da preocupação do Ministério Público Federal(MPF) com o modelo da política agrária e agrícola do Estado Brasileiro, representado no Matopiba. Que a expansão das monoculturas de soja deixa um rastro de devastação ambiental generalizada, além de inúmeros impactos sociais nas comunidades da região. “Há compreensão que o problema é muito maior do que esse vivido aqui pelos cidadãos de Correntina. Há um projeto de desenvolvimento do Matopiba, no qual o estado brasileiro, o governo federal, tem incentivado de forma irresponsável o avanço do agronegócio nas terras tradicionais do cerrado, sem se preocupar com questões fundamentais”, disse.
Frisou que a população precisa se posicionar contra esse modelo. E que o povo de Correntina não ocupou uma fazenda porque são rebeldes, mais, porque são obedientes a suas consciências e a constituição, tendo respeito pelos seus filhos, pela família e pelas futuras gerações.
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O projeto do Matopiba é considerado a mais recente fronteira agrícola do país, apresentando alta produtividade de grãos, especialmente soja. A expansão das áreas plantadas, no entanto, agrava o quadro de concentração fundiária e violência no campo, com acirramento de conflitos envolvendo territórios tradicionais e disputas por água. Além disso, ameaça o bioma cerrado. Nos últimos quatro anos, somente no estado do Tocantins, a área plantada expandiu-se ao ritmo de 25% ao ano, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).