Funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio) paralisaram as suas atividades nesta terça-feira (14) para exigir reforço da segurança em regiões remotas da Amazônia.
Eles também pedem que o presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva, retire declarações que fez contra o indigenista Bruno Pereira, que está desaparecido. Ele foi visto pela última vez na região do Vale do Javari (AM), acompanhado do jornalista britânico Dom Phillips.
Na ocasião, Xavier disse, em nota, que Pereira não tinha autorização para entrar em terras indígenas. O indigenista, porém, pediu autorização à Coordenação Regional da Funai e seguiu todos os protocolos.
Os funcionários da Funai querem que o presidente se retrate publicamente “pela difamação e pelas inverdades presentes em suas declarações públicas acerca do caso de desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips”. A retratação “deve admitir os equívocos de falsas argumentações sem nenhum embasamento legal dentro da política indigenista brasileira”, escreveram os trabalhadores em nota.
A paralisação, que deve durar 24 horas, foi definida em assembleia da categoria realizada na segunda-feira (13). Na manhã desta terça, os servidores foram até o Ministério da Justiça para “reivindicar os seus direitos e clamar por justiça por Bruno e Dom”.
Nota
“A Funai (Fundação Nacional do Índio) informa que, diferente do que vem sendo propagado por veículos de imprensa, tem trabalhado intensamente nas buscas aos desaparecidos na região do Vale do Javari (AM), na Amazônia. Além disso, a fundação realiza ações permanentes e contínuas de monitoramento, fiscalização e vigilância territorial na Terra Indígena Vale do Javari em conjunto com órgãos ambientais e de segurança pública competentes”, declarou o presidente da entidade em nota divulgada na segunda-feira.